"O valor referido foi calculado com base numa prospeção de mercado realizada nas áreas de maior pressão, tendo por objetivo abranger o maior número de arrendamentos, excluindo os segmentos de luxo e os mais caros", disse fonte do gabinete do ministro das Infraestruturas e Habitação, em resposta à Lusa.
Ou seja, foi feito um estudo de mercado nas zonas com maior procura e, consequentemente, com a prática de preços mais elevados. A mediana é, assim, feita num estrato de preços mais elevado do que o normal, englobando rendas mias pressionadas - tendo em conta o salário mínimo nacional.
A Lusa questionou o Ministério das Infraestruturas e Habitação após uma notícia do jornal Público, que hoje noticia que o valor considerado moderado chega a ser 30 vezes superior ao preço mediano.
O Governo decidiu acabar com o conceito de renda acessível e criar o de renda moderada, com valores entre os 400 e os 2.300 euros, sem limites municipais, para garantir a transparência, precisou o ministro da Habitação, Miguel Pinto Luz, na passada quinta-feira.
O executivo disse que este intervalo permite que todas as rendas estejam englobadas, apesar de reconhecer que nos distritos de Lisboa e do Porto existem rendas acima do máximo definido.
Estes valores têm em conta um agregado com um rendimento mensal de cerca de 5.750 euros.
Na análise do Público, que cruzou vários dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), é referido que entre os 308 municípios, nenhum tem valor mediano de venda ou de renda acima dos preços moderados considerados, respetivamente 648.000 e 2.300 euros.
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