O Conselho de Administração da Idealista afirmou que a decisão da Autoridade da Concorrência (AdC) de "levar a operação a segunda fase" tornou o negócio inviável, adiantou, numa nota hoje divulgada.
Numa declaração enviada à Lusa, a AdC disse que "identificou indícios de que a aquisição da Portal47 pela Idealista poderia levantar sérias preocupações concorrenciais, que foram devidamente comunicadas à empresa notificante na sequência da decisão de passagem a investigação".
Entre essas preocupações, indicou, estava "o reforço do poder de mercado da Idealista através da absorção de um concorrente relevante, reduzindo a escolha disponível para os consumidores".
Segundo a AdC a Idealista "não apresentou compromissos destinados a remediar as preocupações concorrenciais, quando, legalmente, lhe cabe essa iniciativa, tendo optado por desistir do procedimento".
O regulador lembrou que, de acordo com a lei da concorrência, a AdC deve conduzir uma investigação aprofundada, sempre que "considere que a operação em causa suscita sérias dúvidas".
"[A AdC] provocou um atraso material no fecho da operação, o que prejudicou os interesses do Idealista, tendo levado a empresa a renunciar a esta aquisição", lê-se, por outro lado, no 'site' da Idealista.
A plataforma teceu críticas à atuação do regulador português.
"Não descartamos que a AdC possa ter querido aproveitar a compra de um portal mais pequeno para pronunciar-se sobre a atividade do Idealista no futuro", afirmou um porta-voz da empresa.
No 'site' da Idealista lê-se também que "não parece razoável que, aspirando a um mercado único europeu que concorra com outros mercados globais, existam 52 autoridades da concorrência a nível nacional e regional".
No início de junho a AdC deliberou que iria adotar uma decisão de "passagem a investigação aprofundada", uma vez que a "operação de concentração em análise suscita sérias dúvidas, à luz dos elementos recolhidos".
A Portal47 é uma sociedade britânica, dona do portal kyero - uma plataforma 'online' de anúncios classificados imobiliários.
Esta plataforma destina-se a particulares, que residam na Alemanha, Reino Unido e no Norte da Europa, que queiram comprar ou arrendar um imóvel em França, Itália, Portugal e Espanha.
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