Os preços dos combustíveis praticamente não mexeram no início desta semana, em linha com o que indicavam as previsões, de acordo com os preços médios atualizados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).
A gasolina simples 95 passou de 1,709 euros por litro para 1,710 euros por litro entre sexta e segunda-feira. Já o gasóleo simples passou de 1,563 euros por litro para 1,561 euros por litro no mesmo período.
Quais eram as previsões?
As previsões apontavam mesmo para uma manutenção dos preços dos combustíveis nos níveis da semana passada. A expectativa era a mesma, tanto para a gasolina como para o gasóleo.
Como está o petróleo nos mercados internacionais?
A cotação do barril de Brent para entrega em novembro terminou na segunda-feira a sessão no mercado de futuros de Londres em alta de 0,67%, para os 67,44 dólares.
O crude do Mar do Norte, de referência na Europa, fechou a sessão no Intercontinental Exchange a cotar 45 cêntimos acima dos 66,99 dólares com que encerrou as transações na sexta-feira.
A subida da cotação foi atribuída aos recentes ucranianos a instalações energéticas russas e à ameaça dos EUA de imporem mais sanções à Federação Russa.
Os ganhos foram, contudo, matizados pela expectativa de um aumento da produção do grupo OPEP+, que junta os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo com aliados, como a Federação Russa, e por sinais de enfraquecimento da procura nos EUA.
O aviso da Agência Internacional de Energia
A Agência Internacional de Energia (AIE) considerou, na quinta-feira, que o aumento previsto das reservas de petróleo "é insustentável" depois de a produção ter atingido um máximo em agosto e de a OPEP ter decidido um novo aumento para outubro.
No relatório mensal sobre o mercado, a AIE estima que, no segundo semestre, as reservas mundiais crescerão em média 2,5 milhões de barris por dia, devido ao facto de a oferta estar a superar largamente a procura.
Só em julho, as reservas aumentaram 26,5 milhões de barris e foi o sexto mês consecutivo de expansão, acumulando 187 milhões de barris adicionais desde o início do ano.
A situação corre o risco de se agravar com a decisão, no domingo passado, da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros (OPEP+), a menos que ocorra uma inflexão que modifique os atuais desequilíbrios do mercado devido às tensões geopolíticas, às políticas comerciais ou a novas sanções contra a Rússia ou o Irão, segundo os autores do relatório.
A OPEP+ acordou no domingo um novo aumento da produção de petróleo bruto para outubro de 137.000 barris por dia, uma subida que, no entanto, é menor do que o aplicado nos últimos meses devido ao enfraquecimento da procura mundial.
A AIE lembra que em agosto foi atingido um novo recorde na procura de petróleo bruto, com 106,9 milhões de barris, e calcula agora que, no conjunto do ano, será de uma média de 105,8 milhões de barris por dia, o que significa 2,7 milhões de barris por dia a mais do que em 2024, dos quais 1,3 milhões de barris por dia provenientes da OPEP+.
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