A prestação da casa paga ao banco vai descer 88,88 euros este mês nos contratos com taxa variável, com um crédito de 150.000 euros, indexado à Euribor a 12 meses, de acordo com uma simulação da DECO.
A prestação de setembro, considerando o cenário de uma média da Euribor a 12 meses de 2,114%, será de 641,67 euros, quando no período homólogo estava em 730,55 euros, verificando-se assim uma descida de 88,88 euros.
As simulações para a Lusa da DECO Proteste/Contas e Direitos baseiam-se num cenário com um financiamento de 150.000 euros a 30 anos e um 'spread' (margem de lucro comercial) de 1%.
Já um cliente com um crédito nas mesmas condições, mas tendo por referência a Euribor a seis meses verá a sua prestação recuar 31 euros para 639,22 euros, tendo em conta os valores da última revisão em março.
No caso de um crédito indexado à Euribor a três meses, a prestação vai agora ser de 634,11 euros, abaixo dos 639,47 euros referentes à ultima revisão de junho, ou seja, menos 5,36 euros.
Em 24 de julho, o Banco Central Europeu (BCE) interrompeu uma série de sete descidas consecutivas das taxas de juro diretoras, mantendo a taxa de depósitos em 2,00%, o nível mais baixo desde o início de 2023.
'Stock' de empréstimos para habitação sobe 8,1% em julho
Os empréstimos para habitação mantiveram em julho a trajetória de aceleração e aumentaram 8,1% em termos homólogos, o crescimento mais elevado desde agosto de 2008, somando 106.325 milhões de euros, segundo dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).
"O 'stock' de empréstimos para habitação aumentou 986 milhões de euros relativamente a junho, totalizando 106.325 milhões de euros no final de julho. Em comparação com o mês homólogo, manteve-se a trajetória de aceleração, com um crescimento de 8,1%, o mais elevado desde agosto de 2008", detalha o banco central.
Em julho, o montante total de empréstimos a particulares cresceu 8,0% face ao mesmo mês de 2024, também a maior taxa de variação anual desde agosto de 2008, somando 139.133 milhões de euros, mais 1.144 milhões do que em junho.
Já os empréstimos ao consumo e outros fins aumentaram 158 milhões de euros relativamente a junho, para 32.808 milhões de euros, e subiram 7,7% face ao mês homólogo, abaixo do registado no mês anterior (7,9%).
Segundo detalha o BdP, a taxa de variação anual foi de 7,0% nos empréstimos para consumo e de 9,0% nos empréstimos para outros fins.
No final de julho, o 'stock' de crédito pessoal somava perto de 13.050 milhões de euros, mais 73 milhões do que em junho, correspondendo a um crescimento homólogo de 7,2%, idêntico ao do mês anterior.
Já o crédito automóvel totalizou quase 8.816 milhões de euros, mais 72 milhões de euros do que em junho e registando uma taxa de variação anual de 9,9%, enquanto os cartões de crédito atingiram perto de 3.260 milhões de euros, menos 26 milhões em cadeia e uma taxa de variação anual de 7,7%.
Quanto ao 'stock' de crédito a empresas, no final de julho era de 74.246 milhões de euros, mais 113 milhões de euros do que em junho e um crescimento homólogo de 3,5%, representando um "ligeiro abrandamento" em relação ao mês anterior (3,6%).
As microempresas, as pequenas empresas e as grandes empresas mantiveram taxas de variação anual positivas (12,0%, 2,2% e 0,8% respetivamente), enquanto as médias empresas continuaram a ter uma taxa negativa (-2,6%), refere o BdP.
O crédito ao setor da construção e atividades imobiliárias manteve a aceleração, com a taxa de variação anual a atingir 7,6% (7,1% em junho).
Já no comércio, transportes e alojamento, a taxa de variação anual foi de 1,8%, tendo-se registado comportamentos diferenciados neste agregado: se o crédito ao alojamento e restauração e o crédito ao comércio cresceram em relação ao mês homólogo (2,9% e 3,0%, respetivamente), o crédito ao setor dos transportes e armazenagem diminuiu em termos anuais (-2,9%).
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