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Agros: "Setor do leite vive período de estabilidade e previsibilidade"

O presidente da Agros, União de Cooperativas de Produtores de Leite, apontou hoje que o setor atravessa uma fase de "estabilidade e previsibilidade", algo que se tem refletido positivamente na rentabilidade dos produtores.

Agros: "Setor do leite vive período de estabilidade e previsibilidade"

© Agros

Lusa
28/08/2025 12:48 ‧ há 7 horas por Lusa

Economia

Agros

"Neste momento, o setor [da produção de leite] está a viver um período de estabilidade e também de alguma previsibilidade, mesmo num contexto de turbulência europeia e mundial com guerras, taxas e inflações. Essa estabilidade tem proporcionado alguma rentabilidade para os agricultores", afirmou o presidente da Agros, Idalino Leão, à Lusa.

 

Apesar dessa estabilidade, Portugal teve, em 2024 e segundo o Instituto Nacional de Estatística, um ligeiro aumento nas importações de produtos lácteos, algo que o líder da maior cooperativa leiteira do país sente que pode ser invertido.

"Portugal é excedentário em leite líquido, mas ainda é deficitário em produtos lácteos. Existem algumas subcategorias, de gordura e proteína, que ainda não produzimos e, para corresponder às necessidades, recorremos a importações. Não por falta de capacidade produtiva, mas porque algumas grandes marcas internacionais conseguem colocar no nosso mercado a preços mais baratos", explicou.

O dirigente acrescentou que a estratégia tem de passar por um reforço da qualidade do leite nacional, apostando na valorização dos produtos sólidos.

"É um caminho que o setor também está a fazer, explicando de forma pedagógica a importância de produzirmos cada vez mais sólidos, porque são esses que nos vão permitir, na fase industrial, reduzir este défice", apontou.

Também nesse capítulo, a modernização tecnológica foi outro dos pontos destacados pelo líder da Agros, que lembrou que a digitalização, a robotização e até o recurso à inteligência artificial já são uma realidade plenamente integrada nas explorações.

"Quando ouço falar de inteligência artificial parece uma novidade, mas para nós isso já é passado. A zootecnia e a agricultura de precisão são algo que já fazemos há muitos anos. Hoje o setor é completamente robotizado", vincou.

No plano europeu, Idalino Leão manifestou preocupação com eventuais cortes nos apoios oriundos da Política Agrícola Comum (PAC), que poderão acontecer em 2027.

"A nossa agricultura ainda precisa de investimento. Nós não podemos abdicar desta fatia importante através do apoio direto dos fundos comunitários. Temos de diminuir o nosso défice agroalimentar e, neste clima de incerteza geopolítica, a questão da alimentação é também uma questão de soberania e de defesa", afirmou.

O líder da Agros foi, ainda, questionado sobre os impactos negativos ou oportunidades que a questão das tarifas impostas pelos Estados Unidos da América poderá ter no setor, a nível nacional, apesar de as exportações de leite para o mercado americano serem residuais.

"Creio que o problema será mais na questão da alimentação animal, na importação de soja ou milho, dos quais somos deficitários. Se isso acontecer, vai obrigar, obviamente, a um aumento dos custos de produção dos agricultores, que se refletirá em toda a fileira agroalimentar", partilhou.

Idalino Leão abordou estes temas na projeção da 11.ª edição da AgroSemana -- Feira Agrícola do Norte, promovida pela Agros, que acontece entre 4 e 7 de setembro, no Espaço Agros, na Póvoa de Varzim, distrito do Porto.

O evento, que no ano passado foi visitado por cerca de 80 mil pessoas, mantém o objetivo de aproximar agricultores e consumidores, através de um programa diversificado que conjuga conhecimento técnico, valorização animal e momentos de convívio.

De acordo com a organização, haverá seminários e conferências com especialistas internacionais dedicados à cultura do milho e à produção animal, bem como concursos pecuários onde estarão presentes alguns dos melhores exemplares do país.

A programação inclui ainda gastronomia, espetáculos musicais e uma vertente familiar, com visitas às quintas para dar a conhecer de perto a vida dos agricultores e os cuidados com o bem-estar animal.

"É novamente o espírito de abrirmos as nossas portas, mostrarmos aquilo que somos, sem dogmas, sem mitos, provando aos nossos consumidores que sabemos fazer produtos seguros e saudáveis", sintetizou Idalino Leão.

Leia Também: Leite materno? Há um novo sabor de gelado nos Estados Unidos... e esgotou

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