Todos os adultos em Moçambique com conta de moeda eletrónica

A população moçambicana adulta com conta em Instituições de Moeda Eletrónica (IME) cresceu de 28,6% do total para 109,8% nos últimos dez anos, contrastando com o facto de 26 distritos não terem agências bancárias, segundo o Governo.

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Lusa
06/08/2025 12:09 ‧ ontem por Lusa

Economia

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"A moeda eletrónica digital revelou-se como sendo o motor da dinamização da inclusão financeira em Moçambique. Neste contexto, o país passou a contar com 100% da sua população adulta detendo uma conta de moeda eletrónica, ao observar o incremento da população adulta com contas nas Instituições de Moeda Eletrónica de 28,6% em 2015 para 109,8% no primeiro trimestre de 2025", disse hoje a ministra das Finanças, Carla Loveira.

A governante falava em Maputo, durante o lançamento da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira 2025-2031, em que elogiou o contributo das carteiras digitais na inclusão financeira. Moçambique conta atualmente com três Instituições de Moeda Eletrónica, das três operadoras de telecomunicações móveis, que assim prestam serviços financeiros via telemóvel, incluindo transferências de dinheiro entre clientes ou pagamento de serviços.

De acordo com um relatório estatístico do Banco de Moçambique, o número de contas bancárias no país cresceu de 5.687.975 no final de 2023 para 6.221.640 em dezembro do ano passado, mas não acompanha o aumento nas IME, que cresceu 18,5% no mesmo período, para 19.870.700, mais quase três milhões de novas contas no espaço de um ano.

Ainda hoje, ao fazer o balanço da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira 2016-2022, a ministra adiantou que pelo menos 128 distritos, de um total de 154, já contam com uma agência bancária, um aumento em 68% desde 2015 até aos primeiros seis meses deste ano.

"No que diz respeito à percentagem de contas bancárias pela população adulta, registou-se uma evolução modesta, passando de 31,1% em 2015 para cerca de 32,3% no primeiro trimestre de 2025. Este crescimento ficou muito aquém da meta estabelecida na última estratégia, que previa alcançar 60%", indicou a ministra das Finanças.

Os dados avançados pela governante indicam que entre 2015 e o primeiro semestre de 2025 a poupança financeira, medida pelo rácio de depósitos sobre o Produto Interno Bruto, registou uma ligeira melhoria, ao passar de 47,6% para 48,8%, contrariamente ao rácio da intermediação financeira, com uma "redução significativa" no mesmo período.

"Esse rácio registou uma queda de 19,3 pontos percentuais, ao transitar de 36,4% em 2015 para 17,1% no primeiro trimestre de 2025. Esta dinâmica ilustra o desafio que se impõe à banca de melhorar a sua contribuição no financiamento à economia e o seu impacto na dinamização do investimento e o crescimento da nossa economia, não obstante os choques económicos observados", observou Carla Loveira.

A nova Estratégia Nacional de Inclusão Financeira 2025-2031, assente em quatro pilares, quer expandir o acesso aos produtos financeiros através da multiplicação de pontos de acesso e de serviços financeiros digitais, incluindo a promoção de pagamentos digitais, melhoria do acesso ao crédito, criação de clima favorável para o investimento, a expansão dos seguros e do financiamento verde.

Na nova estratégia, o Governo vai avançar com a promoção da literacia financeira através da capacitação dos moçambicanos, sobretudo nas zonas rurais, e reforçar os conhecimentos sobre os direitos do consumidor. É meta da nova estratégia que até 2031 pelo menos 60% da população adulta tenha uma conta bancária numa instituição formal e 30% deste grupo com empréstimo numa instituição financeira, com o Governo a assumir desafios na consolidação da estabilidade macroeconómica assente na inflação baixa e estabilidade cambial e fiscal.

No lançamento da estratégia, foram assumidos como desafios a longo prazo para a economia a mitigação do risco associado ao financiamento das Micro, Pequenas e Médias Empresas que representam 98,1% do total das empresas ativas no país, ou a necessidade de colmatar os elevados custos dos serviços financeiros que continuam a ser uma "barreira real para as famílias de baixo rendimento e para os pequenos negócios no acesso ao setor financeiro" e incluir financeiramente o setor informal.

Leia Também: USAID representava 3% do PIB moçambicano e fim agravou escassez de divisas

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