Segundo fontes citadas pela agência, a Cosco argumenta que o poder de veto dentro do consórcio é "necessário" para impedir decisões contrárias aos interesses da China e garantir o aval de Pequim à operação.
O consórcio negoceia a compra de 43 ativos portuários, incluindo os terminais de Balboa e Cristóbal, operados atualmente pela CK Hutchison, propriedade do magnata de Hong Kong Li Ka-shing. Embora os parceiros estejam dispostos a dar à Cosco acesso total à informação sobre o negócio, ainda não foi alcançado acordo sobre a extensão dos poderes da maior transportadora marítima da China.
As negociações decorrem até 27 de julho, mas os termos da participação da Cosco poderão só ser fechados em setembro, indicou a Bloomberg.
O negócio, avaliado em cerca de 23 mil milhões de dólares (21 mil milhões de euros), está no centro das tensões entre a China e os Estados Unidos, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, o ter descrito como uma "recuperação" do controlo dos EUA sobre o canal do Panamá, criticando a crescente influência chinesa na infraestrutura.
Pequim reagiu com desconfiança, tendo a imprensa estatal comparado o acordo a "entregar uma faca ao rival" e anunciado uma investigação à operação.
O plano prevê a transferência de 90% das participações nos portos panamianos para o consórcio liderado pela BlackRock, num contexto de crescente escrutínio internacional sobre o papel da China em infraestruturas logísticas estratégicas.
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