A taxa de inflação subiu para 2,4% em junho, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta quinta-feira. Confirma-se assim a estimativa provisória divulgada há duas semanas.
"A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi 2,4% em junho, taxa superior em 0,1 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior", pode ler-se no relatório do INE.
O indicador de inflação subjacente - índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos - registou também uma variação de 2,4% (2,2% em maio).
Já a variação do índice relativo aos produtos energéticos diminuiu para -1,3% (0,1% no mês anterior) enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados acelerou pelo quinto mês consecutivo, para 4,7% (4,0% em maio), revelou o INE.
Segundo o relatório agora divulgado, a variação mensal do IPC diminuiu para 0,1% (0,3% no mês precedente e nula em junho de 2024). Já a variação média dos últimos doze meses foi 2,3% (valor idêntico no mês anterior).
O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português apresentou uma variação homóloga de 2,1% (1,7% no mês anterior) e superior em 0,1 p.p. ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro (em maio, a taxa em Portugal tinha sido inferior à da área do Euro em 0,2 p.p.), segundo o INE.
De sublinhar que, excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 2,1% em junho (1,6% em maio), taxa inferior à correspondente para a área do Euro (estimada em 2,4%).
O IHPC registou uma variação mensal de 0,1% (0,6% no mês anterior e -0,3% em junho de 2024) e uma variação média dos últimos doze meses de 2,4% (valor idêntico no mês precedente).
"Meta atingida". Inflação está como o BCE quer na zona euro (o que significa?)
A presidente do Banco Central Europeu (BCE) considerou, na semana passada, que a meta do banco central foi atingida, depois de serem conhecidos dados que indicam que a taxa de inflação na zona euro deverá ter sido de 2% em junho - esta é a meta do BCE.
"Estamos a 2%, é a meta que temos tido e é a projeção que a nossa equipa indica para o médio prazo", comentou Christine Lagarde no painel no Fórum BCE, a decorrer em Sintra, quando questionada sobre os dados divulgados pelo Eurostat.
A responsável apontou que esta é uma "meta atingida", algo que deve ser reconhecido, nomeadamente depois de se ter enfrentado "choques massivos" e estar agora no processo desinflacionário.
Existe ainda, no entanto, "muita incerteza, risco de fragmentação a aumentar e desenvolvimentos geopolíticos que preocupam", assumiu Lagarde, lembrando que estes causam um risco duplo para a inflação, tanto para acelerar como abrandar.
Neste contexto, é necessário "continuar a ser vigilantes, entregar o nosso alvo", salientou a responsável, defendendo que o BCE está "numa boa posição para águas turbulentas".
[Notícia atualizada às 11h08]
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