A taxa de inflação homóloga terá aumentado para 2,4% em junho, mais 0,1 pontos percentuais do que no mês anterior, segundo a estimativa rápida divulgada esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
"Tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá aumentado para 2,4% em junho de 2025, taxa superior em 0,1 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior", pode ler-se no relatório do INE.
O indicador de inflação subjacente - índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos - terá registado também uma variação de 2,4% (2,2% no mês precedente).
"A variação do índice relativo aos produtos energéticos diminuiu para -1,3% (0,1% em maio de 2025) enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados terá voltado a acelerar para 4,7% (4,0% no mês anterior)", é ainda referido.
A estimativa rápida hoje divulgada pela autoridade estatística nacional indica ainda que, por comparação com o mês anterior, a variação do IPC (índice de preços no consumidor) terá sido de 0,1% (0,3% em maio e nula em junho de 2024).
Nos últimos 12 meses a estimativa do INE é de uma variação de 2,3%, valor idêntico ao registado no mês anterior.
Relativamente ao IHPC (índice harmonizado de preços no consumidor) português, este terá registado uma variação homóloga de 2,1% (1,7% no mês anterior).
Os dados definitivos referentes ao IPC de junho serão publicados pelo INE no dia 10 de julho.
Processo de redução da inflação para 2% "está praticamente concluído"
O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, disse que o processo de reduzir a inflação para os 2% está praticamente concluído, apesar de continuarem a existir pontos de pressão.
mbora a inflação global esteja atualmente próxima da meta, a inflação dos serviços ainda tem um longo caminho a percorrer", afirmou hoje Lane numa conferência em Londres.
"Ainda assim, houve progressos suficientes na redução da inflação para a meta [de 2%] para considerar que este desafio à política monetária está praticamente concluído", acrescentou, citado pela Bloomberg.
Esta análise do BCE permite à instituição adiar novas reduções das taxas de juro diretoras, agora nos 2,0%, depois de oito reduções desde junho de 2024.
As perspetivas do organismo enfrentam, no entanto, riscos, dados os impactos das tarifas dos Estados Unidos da América e dos conflitos no Médio Oriente, sendo que as negociações entre o executivo norte-americano e a União Europeia (UE) têm um prazo de 09 de julho.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse na segunda-feira que com as taxas nos níveis atuais, o banco está numa boa posição para lidar com a incerteza, tendo reconhecido que as tensões no Médio Oriente são uma preocupação, dada a possibilidade de obstrução do abastecimento de energia e uma agitação dos preços.
Agora, Lane registou que a tarefa de desinflação foi substituída por um novo conjunto de desafios que deve assegurar que o objetivo a médio prazo está protegido de fatores que incluem "alta incerteza" sobre o futuro do comércio internacional, refere a Bloomberg.
"Acho que a volatilidade, em parte, está relacionada com a incerteza das políticas sobre o futuro do sistema comercial internacional", acrescentou, apontando para a possibilidade de um conjunto mais amplo de barreiras não tarifárias, um entrelaçamento mais profundo das políticas económicas e de segurança e possíveis revisões ao tratamento dos investidores estrangeiros.
[Notícia atualizada às 11h23]
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