EDP planeia robotização em 25 centrais solares no próximo ano

A EDP prevê alargar o projeto-piloto de robotização das centrais solares a cerca de 25 instalações já no próximo ano, revelou Ana Paula Marques, administradora do grupo, à margem de uma visita a uma central híbrida em Espanha.

Protesto dos trabalhadores da EDP Renováveis

© Zed Jameson/Bloomberg via Getty Images

Lusa
01/07/2025 14:50 ‧ há 11 horas por Lusa

Economia

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Atualmente, este piloto, denominado Scale Up O&M, está a ser testado no parque solar de Cruz de Hierro/Villacastín e está concentrado para centrais solares com o objetivo de testar soluções tecnológicas que permitam ganhos de eficiência na operação e manutenção dos ativos.

 

"A ideia é que no próximo ano tenhamos já cerca de 25 centrais a testar esta tipologia de solução", adiantou a responsável, sublinhando que o projeto se encontra numa fase inicial, mas com ambições globais.

O objetivo é que a maior parte dos testes decorra na Europa, mas o grupo está também a avaliar soluções de robotização no Brasil e em Singapura. "Os Estados Unidos são uma geografia crítica para nós, portanto estamos a olhar para este tema de forma transversal em todo o grupo", afirmou.

O investimento, feito com recursos próprios da EDP, está focado numa plataforma de recolha e tratamento de dados com recurso a inteligência artificial, que permite dar instruções a robôs encarregues de tarefas como a limpeza de painéis, controlo de vegetação ou inspeções térmicas por drone.

Segundo a administradora, este tipo de soluções pode permitir poupanças operacionais significativas. "Estamos a falar de uma redução de até 80%, mas sobre um universo que representa 20% da tipologia de custos" de um parque solar, explicou, acrescentando que o foco está sobretudo em melhorar as condições de trabalho em ambientes remotos ou com temperaturas extremas.

Questionada sobre a possibilidade de estas poupanças se refletirem no preço da eletricidade para o consumidor final, a gestora sublinhou que o impacto direto será limitado, mas destacou os ganhos em eficiência e segurança para as equipas operacionais.

A responsável recusou-se a comentar o apagão ibérico que afetou Portugal e Espanha em abril, mas destacou a importância da digitalização na resposta a eventos extremos. "Não falando do apagão em concreto, diria que as soluções de automatização e digitalização facilitam a criação de redes mais inteligentes e formas de atuação mais eficientes. A energia será um exemplo daquilo que é possível fazer nestas matérias", acrescentou.

A hibridização de centrais -- a combinação de diferentes fontes renováveis no mesmo local -- também é uma prioridade da EDP. "Vamos apresentar as novas metas no nosso Capital Markets Day, em novembro. A hibridização é um eixo de aposta do grupo, mas para isso temos que conseguir garantir que também toda a parte dos licenciamentos avança em conformidade", quer do ponto de vista regulatório, quer legislativo, referiu.

Sobre o impacto da atual conjuntura geopolítica, incluindo os conflitos no Médio Oriente, a responsável reconheceu que há uma maior incerteza, mas garantiu que o compromisso da EDP com a transição energética permanece firme. "A transição energética continua a ser um imperativo e cá estaremos para continuar a trabalhar nesse caminho".

Atualmente, mais de 90% da energia produzida pela EDP provém de fontes renováveis, incluindo solar, onde a empresa conta com uma capacidade instalada de mais de 6,2 gigawatts (GW).

Leia Também: Brasil regista queda de 46% no número de incêndios no 1.º semestre do ano

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