"O Algarve não está numa competição para preços baixos. Está numa competição para preços médios altos", disse à agência Lusa Hélder Martins, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).
O dirigente da maior associação regional de hotéis indicou que, no primeiro semestre do ano, a faturação e a ocupação nas unidades dos membros da associação aumentou cerca de 3% em relação ao ano anterior e espera que até ao fim do verão cresça entre 5 a 6%.
As reservas para o verão deste ano estão num nível superior às de 2024, na mesma altura, sendo esta trajetória, segundo Hélder Martins, fruto da atratividade do Algarve, conseguida com a requalificação das unidades hoteleiras, feita anualmente.
O presidente da AHETA afirma não saber o número de portugueses que irão para o Algarve, nem se vai haver um aumento ou uma diminuição, apenas podendo ter esses números no final de cada mês.
"[Certo é que] Eu não posso fazer negócio só com os portugueses", afirma Hélder Martins, acrescentando que, "se os portugueses não têm bolsa para vir para o Algarve e outros países são mais baratos, será a lei da concorrência que irá funcionar".
Este gestor hoteleiro admite que no início do ano os preços no setor tinham aumentado cerca de 5% devido ao crescimento dos custos de produção, nomeadamente dos salários.
Por outro lado, o diretor do Hotel D. José, em Quarteira, João Soares, acha "prematuro" afirmar que haverá menos portugueses a passar as férias de verão no Algarve este ano.
"Não tem havido um decréscimo de clientes portugueses até agora e penso que isso não irá acontecer quando se fizer o balanço no final de agosto", disse João Soares, acrescentando que,"mesmo que isso aconteça, não será uma variação significativa".
Na unidade hoteleira que dirige, este gestor indica que os negócios no primeiro semestre deste ano foram superiores aos de 2024, sem grandes alterações nas nacionalidades dos turistas.
"Não tem havido decréscimo de portugueses, havendo agora uma tendência para os portugueses viajarem para o estrangeiro, o que não tem nada a ver com os preços", afirma João Soares.
O diretor hoteleiro confirma o aumento dos preços no consumidor "que não chegam aos dois dígitos", tendo os custos de produção aumentado ainda mais, refere.
João Soares considera que é mais fácil encontrar empregados para trabalhar na hotelaria, mas queixou-se da falta de formação profissional desses trabalhadores.
"Tenho entre sete e oito pessoas a trabalhar no bar, em vez de apenas cinco, devido à sua pouca qualificação", disse.
Leia Também: Portugal vai cooperar com Cabo Verde no turismo com "componente técnica"