As eleições antecipadas "não resolveram a incerteza política a curto prazo, mas não prevemos que isso leve a mudanças significativas na situação orçamental do país", considera a agência de notação financeira Fitch, em comunicado.
A agência, que manteve o 'rating' de Portugal inalterado em 'A-' em março, está confiante de que o país vai continuar a reduzir a dívida pública, projetando também um excedente orçamental de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano.
Apesar disso, a Fitch alerta que "a ascensão do partido anti-imigrante Chega (que pode tornar-se o segundo maior partido no parlamento assim que os votos do estrangeiro forem contados) pode aumentar as pressões políticas para aumentar os gastos à medida que Portugal avança no ciclo eleitoral".
Além disso, as promessas eleitorais da AD incluem mais cortes de impostos, "o que poderia enfraquecer a postura orçamental no curto prazo, embora as perspetivas de implementação permaneçam incertas", acrescenta a agência de notação financeira.
A somar-se às pressões orçamentais estarão também os compromissos para aumentar a despesa em Defesa, nomeadamente após ter sido antecipada a meta de atingir 2% do PIB nesta área.
No entanto, como a AD será o maior partido no parlamento, é esperada a continuidade das políticas, nomeadamente "com foco na procura por superávits orçamentais moderados, enquanto o impulso do investimento beneficia dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência".
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