Segundo a página do IGCP na agência Bloomberg, em BT com vencimento em 21 de novembro de 2025 (seis meses) foram colocados 600 milhões de euros, à taxa média de 1,947%, inferior à verificada nos últimos dois leilões comparáveis, e a procura atingiu 2.053 milhões de euros, 3,42 vezes o montante colocado.
Já em BT com vencimento em 22 de maio de 2026 (um ano) foram colocados 900 milhões de euros, à taxa média de 1,949% e a procura atingiu 2.468 milhões de euros, 2,74 vezes o montante colocado.
O montante indicativo global era entre 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros, pelo que foi colocado o montante máximo esperado.
No último leilão de BT com maturidade comparável, em 16 de abril, o IGCP colocou 1.250 milhões de euros em BT a 11 meses à taxa média de 1,974%.
Antes, em 19 de março, o IGCP colocou 1.223 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro a 12 meses à taxa média de 2,227%.
Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa, salientou num comentário enviado às redações que "ambos os leilões registaram uma ligeira descida nas taxas de juro".
"Este ano, temos assistido a uma tendência de descida das taxas de juro de curto prazo, reflexo da atuação do Banco Central Europeu (BCE), que já reduziu a sua taxa diretora três vezes desde o início do ano", apontou o analista, acrescentando que atualmente "o mercado antecipa mais dois cortes até ao final do ano, o que poderá colocar a taxa ligeiramente abaixo dos 2%".
Ainda assim, Filipe Silva ressalvou que será necessário aguardar pelos próximos dados económicos e respetivas projeções, "uma vez que as tarifas comerciais podem provocar um duplo impacto: por um lado, o enfraquecimento da procura e por outro, uma eventual subida da inflação", cenário que torna o exercício de previsão económica "particularmente desafiante".
É de salientar que o leilão de hoje foi adiado por duas vezes, depois de a agência de informação financeira Bloomberg ter sido afetada por uma interrupção de serviço que atingiu vários países.
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