AIE revê em alta previsões da oferta mundial de petróleo

A Agência Internacional de Energia (AIE) reviu em alta as previsões da oferta mundial de petróleo, principalmente devido ao fim antecipado dos cortes da OPEP+, que fará com que o crescimento da oferta este ano duplique o da procura.

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© Reuters

Lusa
15/05/2025 11:35 ‧ há 7 horas por Lusa

Economia

AIE

No relatório mensal sobre o mercado petrolífero publicado hoje, a AIE corrigiu em alta as estimativas de produção em mais 380.000 barris por dia este ano e em 390.000 barris por dia em 2026.

 

Isto significa que, em 2025, entrarão no mercado, em média, mais 1,6 milhões de barris por dia do que no ano passado (104,5 milhões no total), quando o consumo previsto aumentará apenas 740.000 barris (para 103,9 milhões).

Em 2026, o aumento da procura será de mais 970.000 barris por dia, para 105,6 milhões, enquanto o aumento da procura será de mais 760.000 barris por dia, para 104,66 milhões.

"Isto prepara o terreno para um reequilíbrio dos fundamentos da oferta e da procura", alertam os autores do relatório, no que parece ser uma indicação de que a descida de preços das últimas semanas não será um movimento de curta duração.

O principal elemento de incerteza que apontam é o que envolve as sanções contra três grandes produtores: Rússia, Irão e Venezuela.

No caso da Rússia, a produção aumentou em 170.000 barris por dia em abril e as exportações em 150.000 para 7,6 milhões, mas isso não impediu que as receitas fossem reduzidas pelo colapso do preço do barril em 1.130 milhões de dólares para 13.200 milhões de dólares, o nível mais baixo desde junho de 2023.

Quanto ao Irão, apesar de os EUA terem aumentado a pressão, o facto é que as suas exportações aumentaram 100.000 barris por dia em abril, para 1,6 milhões, embora, ao mesmo tempo, os envios para a China, de longe o seu maior importador, tenham diminuído quase para metade nesse mês.

A Venezuela sofreu o maior impacto das sanções, com a produção a cair 130.000 barris em abril, para 840.000 barris.

Por detrás desta descida estão as medidas dos EUA, que fazem com que alguns compradores temam sanções secundárias de Washington sobre os navios que transportam aquele petróleo bruto.

A AIE observa que a chegada, no início de maio, de diluente (um produto químico necessário para extrair petróleo bruto) da Rússia e do Irão, que substitui o que chega das empresas ocidentais proibidas pelos EUA, mostra que Caracas está a adaptar a sua logística.

Para o resto do ano, a AIE reviu em alta as suas previsões para a Venezuela e calcula que, a partir de junho, a sua produção será de 600.000 barris por dia.

A AIE observa que a queda dos preços do petróleo nas últimas semanas está a tornar menos rentável a exploração de poços de xisto nos EUA e levou as empresas independentes a reduzir as despesas de capital em 9% este ano.

Isto levou a uma correção em baixa das suas expectativas globais para os Estados Unidos, que continuarão a aumentar a produção em 440.000 barris por dia este ano (para 20,7 milhões) e em 180.000 barris por dia no próximo ano (para 20,9 milhões).

No que diz respeito ao consumo, a agência deixou praticamente inalteradas as suas previsões do mês passado e considera que, após um aumento significativo de 990.000 barris por dia no primeiro trimestre, a subida abrandará e manter-se-á em 650.000 barris por dia até ao final de 2025 (740.000 em média para o conjunto do ano).

As economias emergentes continuarão a impulsionar a procura, absorvendo mais 860.000 barris por dia em 2025 e mais um milhão em 2026.

No reverso da medalha estão os países da OCDE, onde a redução do consumo de petróleo irá acelerar, com menos 120.000 barris por dia em 2025 e 240.000 barris por dia em 2026.

[Notícia atualizada às 11h36]

Leia Também: Petróleo Brent cai devido a possível acordo entre Washington e Teerão

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