O antigo banco de investimento do Banif, agora Bison Bank, atingiu lucros de cerca de 641 mil euros em 2023, os primeiros em cinco anos de atividade.
Apesar de a instituição só apresentar resultados no início do 2025, o gestor adianta que 2024 "vai ser um ano bastante bom".
Quando o banco foi adquirido, em julho de 2018, "era um bocadinho como uma 'startup' que acaba de nascer, porque, entretanto, teve três anos sem negócio, com a resolução do Banif, que nasceu em 2015", recorda.
Entretanto, em 2018 aparece com "um novo acionista e é um bocadinho uma 'startup' sem negócio, mas com 10 milhões de prejuízo, que é altamente complexo, principalmente em Portugal", refere o CEO.
"Desafiou-nos e pensámos num modelo de negócio totalmente diferente dos outros" e no ano passado já fechámos o ano, pela primeira vez, "com 'break-even' muito marginal", prossegue.
Contudo, "este ano vamos já fechar o ano com um resultado positivo superior a um milhão de euros", avança.
Sobre a área de criptoativos, o executivo adiantou que não vão ter ainda resultados positivos nesta área: "Mas estamos, pelo menos, a esforçar-nos muito para fechar já o ano em 'break-even'".
A área dos criptoativos "tem sido um acelerador grande" para o banco porque a "nossa marca melhorou muito internacionalmente" nesta área, explica.
"Vamos fechar o ano muito bem" e "estamos a desenvolver um modelo de negócio totalmente diferente da banca em Portugal, muito direcionado para as áreas internacionais", acrescenta António Henriques.
"Vamos fazer seis anos no Bison Bank, a licença", adianta, referindo que a licença para ter os criptoativos faz dois anos em janeiro.
Questionado sobre o estado de arte das criptomoedas em Portugal, o executivo sublinha que o Bison Bank continua a ser "único banco com um projeto de ativos virtuais" aprovado pelo Banco de Portugal.
"E isso tem sido altamente importante para nós porque, na verdade, somos o único banco em Portugal, mas continuamos a ser um dos poucos bancos no mundo inteiro e isso é muito agradável para nós e para mim, em particular: vou a Singapura, Hong Kong, Estados Unidos ou a Londres e toda a gente conhece o Bison Bank", relata.
Até porque "o Bison Bank é um banco pequenino de 90 pessoas", salienta, referindo que em Portugal ainda não existe uma comunidade de portugueses suficiente para suportar o negócio nesta área dos criptoativos.
"Penso que o mercado de criptoativos para portugueses ainda é incipiente", ou seja, ainda é insuficiente para acomodar uma linha de negócio de um banco.
"Não obstante, o mercado em Portugal de pessoas que vivem em Portugal, que não são necessariamente portugueses", aí a situação é diferente, diz.
Isto porque "há muita gente a escolher Portugal não por causa de criptoativos, mas a escolher Portugal para viver e há muita gente que, de facto, tem já a fortuna em criptoativos", salienta.
"Conheço pessoas que só receberam salários na sua vida em criptoativos", exemplifica, adiantando que o Bison Bank "tem uma aposta muito forte em clientes não portugueses".
No banco todo, "mas em particular na área de criptoativos, de facto, os clientes internacionais representam mais de 90% dos nossos clientes", aponta António Henriques.
Sobre a necessidade de as pessoas terem mais literacia financeira sobre criptoativos, o CEO salienta que é "preciso mais", mas "em toda a área financeira".
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