Wall Street cede à tensão geopolítica e inflação e aposta no ouro e dólar

As tensões geopolíticas e a inflação deprimiram hoje os investidores bolsistas em Wall Street, que terminou em baixa, enquanto os bancos abriram sem brio a época de resultados.

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Lusa
12/04/2024 23:39 ‧ 12/04/2024 por Lusa

Economia

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Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 1,24%, o tecnológico Nasdaq perdeu 1,62% e o alargado S&P500 baixou 1,46%.

"O fator medo impôs-se hoje", comentou Peter Cardillo, da Spartan Capital. "Os investidores estão preocupados com uma extensão do conflito" no Próximo Oriente, explicou o analista, sublinhando que os serviços de informações "afirmam que o Irão vai responder a Israel este fim de semana".

As ameaças do ataque iraniano contra Israel são "credíveis" e "reais", disse hoje um porta-voz da Casa Branca, enquanto o Irão amaçou "punir" Israel depois da destruição do seu consulado em Damas, em 01 de abril.

Perante estas inquietações, os investidores lançaram-se para os ditos valores seguros, em particular na primeira parte da sessão, como o ouro e o dólar.

O ouro atingiu um recorde, com a onça a atingir os 2.431,52 dólares, antes de fechar nos 2.338,90 dólares. Desde o início de março, o metal amarelo valorizou cerca de 18%. "Assistimos a compras de pânico de ouro no início da sessão", reconheceu Peter Cardillo.

Outro valor refúgio, o dólar valorizou para o nível mais alto face ao euro desde novembro, para os 1,0639 dólares por um euro ao fim da tarde.

Outro sinal de ansiedade para a região, as cotações do petróleo atingiram um máximo desde outubro, antes de recuar.

A estas preocupações geopolíticas acrescentaram-se dados dececionantes provenientes da China, com um recuo das exportações de 7,5%, em 12 meses, e de 1,9% para as importações.

Durante o dia, os 11 setores do S&P evoluíram profundamente no vermelho.

Os bancos abriram a época dos resultados, suscitando reações mitigadas.

O JPMorgan, que integra o Dow Jones, apresentou lucros em alta de seis por cento no primeiro trimestre, mas a ação caiu 6,43%, o que pesou claramente sobre o mercado. O seu presidente, Jamie Dimon, avisou para as pressões que a inflação coloca, o que representa uma "compressão das margens".

Leia Também: Wall Street inicia sessão no 'vermelho' após resultados dos bancos

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