CGTP preocupada que novo Governo leve a "retrocesso" do país
A CGTP-IN está preocupada com o "rumo de retrocesso" que o novo Governo, que hoje toma posse, pode significar para o país, ao assumir uma orientação política que "não responde aos problemas dos trabalhadores" e favorece o "grande capital".
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Economia Governo
"Face à tomada de posse do XXIV Governo da República Portuguesa e ao que durante os últimos dias muito se tem falado sobre os ministros que o compõem, [...] é com preocupação que vemos os objetivos deste Governo, não apenas pelas individualidades que dele fazem parte, mas principalmente pelo rumo que retrocesso que o mesmo pode significar para o país", lê-se num comunicado divulgado pela central sindical.
Para a CGTP-IN, a orientação política do novo Governo "não está voltada para responder aos problemas dos trabalhadores e do país, mas sim para favorecer ainda mais os interesses do grande capital".
Considerando que "afunilar a discussão no perfil dos ministros é procurar remeter para posicionamentos individuais a responsabilidade de execução de políticas que emanam do programa eleitoral da AD (PSD/CDS/PPM)", a central sindical sustenta que este "em nada dá garantias de futuro, nem para o país, nem para os trabalhadores".
"Embora o Governo que hoje toma posse só apresente o seu programa no próximo dia 10 de abril, aquilo que foi dado a conhecer durante a campanha eleitoral traduz um forte ataque, nomeadamente aos trabalhadores e aos seus direitos, ao Serviço Nacional de Saúde, à escola pública, à Segurança Social, o favorecimento dos grupos económicos, o agravamento da exploração e a acentuação das injustiças e desigualdades", salienta.
Ainda assim, a CGTP garante que, "mesmo contra a sua vontade", o futuro Governo "irá ser obrigado pela luta dos trabalhadores a dar resposta aos problemas", já que "os trabalhadores e o povo português têm a força necessária não apenas para derrotar ataques aos seus direitos, como para conseguir avanços nas suas justas reivindicações".
"A CGTP-IN, os sindicatos e os trabalhadores confrontarão o patronato e o Governo com os problemas e com a exigência de respostas, desenvolverão a luta pela elevação das condições de vida e de trabalho, salários dignos, redução dos horários de trabalho, por uma melhor conciliação entre a vida pessoal e familiar com a vida profissional, contra a precariedade, pela melhoria e reforço dos serviços públicos", assegura.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, e os 17 ministros do XXIV Governo Constitucional tomam hoje posse às 18:00, no Palácio Nacional da Ajuda, menos de um mês depois da vitória da AD nas legislativas de 10 de março.
Este será o terceiro executivo que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, empossará - mas o primeiro liderado pelo PSD, partido a que já presidiu - e nenhum dos dois anteriores cumpriu o mandato até ao fim.
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