CMVM vê risco elevado nas categorias de mercado, crédito e de operações

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) considerou hoje que as categorias de mercado, crédito e operacionais terão um risco elevado em 2024, não havendo nenhum agravamento face às previsões do ano anterior.

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Lusa
14/12/2023 14:38 ‧ 14/12/2023 por Lusa

Economia

CMVM

 

No relatório 'Risk Outlook 2024', hoje divulgado no seu portal, a CMVM analisa cinco categorias de risco: mercado, liquidez, crédito, conduta e operacionais, tendo as duas primeiras recuado face à perspetiva de risco para 2023 e as restantes mantido a perspetiva de risco.

As categorias de mercado, crédito e operacionais apresentam um risco elevado, ao passo que as de liquidez e conduta apresentam um risco médio.

O risco de uma correção significativa dos preços nos mercados financeiros é considerado como elevado, com perspetiva ascendente, com o regulador a apontar o contexto de inflação, as taxas de juro mais elevadas por um período prolongado e a desaceleração da atividade económica como os principais fatores associados.

Apesar de o índice de referência do mercado de ações português (PSI) ter valorizado 9,3% entre o final de 2022 e o final de outubro deste ano -- à semelhança do norte-americano S&P500 (9,2%) --, a CMVM alerta que "eventuais conclusões sobre uma sobrevalorização dos mercados não devem ser retiradas sem que sejam analisados indicadores complementares à evolução das cotações".

O regulador regista, ainda, que a evolução do peso relativo das vendas curtas em ações nacionais "sugere que alguns agentes de mercado não terão (pelo menos no curto prazo) uma expectativa de desvalorização pronunciada" do mercado nacional no próximo ano.

Os aumentos dos custos de financiamento e refinanciamento, aliados à degradação da situação macroeconómica, colocam-se como os principais fatores associados ao risco de crédito, que também tem um risco elevado e com perspetiva ascendente.

Embora também com risco elevado, os riscos operacionais apresentam uma perspetiva semi-ascendente, fruto das ameaças à cibersegurança e à continuidade de negócio.

"O principal fator que sustenta estes riscos é a possível ocorrência de ataques cibernéticos, incluindo no sistema financeiro, potenciada pelas tensões geopolíticas atualmente observadas", explica a CMVM.

Com um nível de risco médio, mas com perspetiva ascendente, a liquidez tem num possível decréscimo na procura de ativos financeiros em resposta a uma potencial queda de preços e o possível aumento do resgate de produtos financeiros para fazer face a necessidades de consumo os principais fatores associados.

A CMVM identifica os riscos de conduta - o risco de a atuação dos operadores de mercado, na colocação de ativos financeiros -- poderem ser prejudiciais para os investidores como médios, com perspetiva semi-ascendente. "São considerados como fatores que concorrem para este risco os relativos à crescente digitalização associada à comercialização de ativos financeiros e a respetiva facilidade de acesso pelos investidores a determinados produtos", explica o relatório.

No relatório, a CMVM debruçou-se sobre os impactos do aumento das taxas de juro na dívida detida pelos fundos de investimento mobiliário (FIM) e pela gestão individual de carteiras (GIC) a nível nacional.

A análise feita pela CMVM sugeriu "perdas limitadas num cenário adverso de variação das taxas de juro, sendo que essas perdas potenciais tenderiam a ser superiores na GIC por comparação com os FIM".

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