"A melhoria da perspetiva de evolução para positiva reflete a possível inversão deterioração da posição externa e orçamental da Nigéria devido aos esforços de reformas das autoridades", escreve a Moody's na nota divulgada na sexta-feira à noite, na qual acrescenta que a manutenção do 'rating' em Caa1 "reflete a posição atualmente fraca externa e orçamental".
Os esforços de reforma do novo Governo liderado por Bola Tinubu "podem não ser suficientes para melhorar o perfil de crédito devido à notável fraqueza da qualidade crédito", escrevem os analistas, notando que o crescimento da inflação "gera pressões na despesa pública e aumenta os riscos sociais, num contexto em que o alívio orçamental proveniente da retirada dos subsídios aos combustíveis continua por esclarecer".
A Nigéria é o maior produtor de petróleo na África subsaariana e, tal como Angola, está a retirar os subsídios aos combustíveis, o que gerou protestos por parte da população, mas é um passo considerado fundamental pelas instituições económicas internacionais, como o Fundo Monetário Internacional, para equilibrar as finanças públicas.
A moeda local, o naira, desvalorizou-se 42% face ao dólar desde o início do ano, o que, em conjunto com o aumento dos preços dos combustíveis devido à retirada dos subsídios, fez a inflação subir para 27% em outubro, nota a Moody's, apontando que a produção petrolífera está também numa tendência descendente, para 1,6 milhões de barris por dia em outubro
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