"A rendibilidade das empresas, medida pelo rácio entre os resultados antes de amortizações, depreciações, juros e impostos (EBITDA) e o total do ativo, aumentou pelo décimo trimestre consecutivo, fixando-se em 9,5% no segundo trimestre de 2023", referem as estatísticas das empresas da central de balanços, hoje divulgadas pelo banco central.
De acordo com o BdP, no final de junho, a rendibilidade do ativo das empresas privadas encontrava-se 1,0 pontos percentuais (p.p.) acima do verificado no homólogo de 2022 e 2,2% acima do mesmo período de 2019 (período pré-pandemia).
A análise setorial regista que a rendibilidade do ativo aumentou em todos os setores de atividade relativamente ao segundo trimestre de 2022, com exceção das indústrias, que abrandou 0,3 p.p., para 10,7%.
Os setores dos transportes e armazenagem (13,8%), eletricidade e água (10,7%) e sedes sociais (9,9%) tiveram crescimentos superiores a 1,0 pontos percentuais, com variações respetivas de 2,5 p.p., 4,5 p.p. e 2,6 p.p..
Em termos de dimensão nas privadas, a rendibilidade aumentou relativamente ao período homólogo nas grandes empresas, de 10,2% para 12,6%, e nas micro, pequenas e médias empresas (PME), de 8,0% para 8,1%.
Já no capítulo da autonomia financeira, medida pelo peso do capital próprio no total do ativo, esta aumentou 2,5 p.p., para 43,2%, atingindo um máximo desde o início da série, em 2006.
No segundo trimestre de 2022, a autonomia financeira tinha sido de 40,7% e, no segundo trimestre de 2019 (período pré-pandemia), de 37,9%.
Em sentido inverso, o peso dos financiamentos obtidos no total do ativo recuou de 30,8% para 27,9% em termos homólogos durante o segundo trimestre de 2023. "Para esta redução contribuíram, principalmente, os empréstimos contraídos junto do setor financeiro e os obtidos junto de empresas do grupo", explica o BdP.
As maiores variações homólogas no campo da autonomia financeira foram verificadas na eletricidade e água (5,6 p.p., para 40,1%), transportes e armazenagem (3,5 p.p., para 28,9%) e outros serviços (2,9 p.p., para 43,9%).
Por classe de dimensão das empresas privadas, a subida foi mais expressiva nas PME (subiu de 41,1%, no segundo trimestre de 2022, para 44,2% no segundo trimestre de 2023) do que nas grandes empresas (passou de 34,7% para 36,7%). Já a autonomia financeira das empresas públicas cresceu de 31,7% para 33,9%.
Por fim, o custo dos financiamentos registou uma subida pelo quarto trimestre consecutivo, passando de 2,7% entre abril e junho de 2022 para 3,4% em igual período deste ano, "refletindo o contexto de subida das taxas de juro iniciado em julho de 2022".
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