FMI critica agências de 'rating' por não valorizem objetivos ambientais
O Fundo Monetário Internacional (FMI) criticou hoje as agências de notação financeira por não darem o devido crédito aos esforços dos países emergentes para implementarem políticas relacionada com o clima, o que afasta os investidores.

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Economia FMI
"As atuais metodologias as agências de 'rating' não recompensam os países de baixo e médio rendimento que implementam melhores políticas relacionadas com o clima, que são muito relevantes para a capacidade de os países servirem a sua dívida a longo prazo", escrevem os economistas do Fundo no terceiro capítulo do relatório sobre a Estabilidade Financeira Global, hoje divulgado.
Os países de médio e baixo rendimento "não beneficiam da aplicação eficaz de políticas de transição energética em termos de melhores ratings ou perspetivas de evolução da economia [outlook], apesar de as agências de 'rating' dizerem que levam em conta os fatores ambientais, sociais e de governação [conhecidos pela sigla em inglês ESG] nos seus ratings", acrescentam.
"Enquanto esta prática persistir, os benefícios potenciais de investimentos climáticos no 'rating', e por conseguinte, no financiamento, serão limitados", sustentam.
No relatório, o FMI lembra que apenas 40% das economias dos mercados emergentes e quase todas as economias em desenvolvimento, onde se incluem os países lusófonos africanos, não chegam à escala de recomendação de investimento, ou nem sequer têm um 'rating' atribuído, o que afasta os investidores, principalmente os institucionais, cujas regras obrigam a que os investimentos sejam suportados por um 'rating' favorável.
"O resultado é que os maiores investidores institucionais não investem nestes países", nota o FMI no capítulo 3 do relatório, hoje divulgado em Washington, e que serve de lançamento para os Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que se realizam na próxima semana em Marraquexe.
Entre os mercados emergentes, apenas 60% tem um 'rating' de recomendação de investimento, e só 8% das economias em desenvolvimento consegue ter uma notação finnaceira acima da linha de água, o que, concluem, "determina, na prática, a base de investidores potenciais".
O aumento das preocupações ambientais nos últimos anos levou a redobradas atenções no chamado 'financiamento sustentável', em que os investidores, particularmente os fundos institucionais, procuram, para além do lucro, garantir que o investimento tenha preocupações ambientais, sociais ou de governação.
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