Da criação da Media Capital à proposta sobre a Cofina Media

Os principais acontecimentos na história da Media Capital, desde a sua criação, até ao lançamento, hoje, de uma oferta vinculativa da dona da TVI, liderada por Mário Ferreira, sobre a Cofina Media.

[MF].The logo of TVI channel is seen in front of its headquarters on the outskirts of Lisbon September 4, 2009. Portugal's opposition accused the ruling Socialists of censorship on Thursday after the popular TV channel shelved a programme about corruption

© Reuters

Lusa
20/07/2023 19:18 ‧ 20/07/2023 por Lusa

Economia

Cronologia

Veja abaixo uma cronologia dos principais acontecimentos na história da Media Capital, desde a sua criação, até ao lançamento, hoje, de uma oferta vinculativa da dona da TVI, liderada por Mário Ferreira, sobre a Cofina Media, por 80 milhões de euros.

1992

- É criado o grupo Media Capital, com a sua atividade assente maioritariamente na imprensa, iniciada em 1989 com o jornal O Independente.

1997

- O negócio do grupo é alargado, com a compra das rádios Comercial e Nostalgia.

1998/1999

- A Media Capital, liderada pelo empresário Miguel Pais do Amaral, passa a deter a maioria do capital da TVI, altura em que "a estação começa a melhorar a sua rentabilidade de forma significativa", refere o grupo no seu 'site'.

2001

- A entrada no capital na NBP e o seu controlo no ano seguinte (2002) consolidou o negócio de televisão como um todo, com a aposta estratégica na ficção portuguesa como conteúdo televisivo de sucesso da programação da TVI.

2002

- Em outubro, o grupo espanhol de media Recoletos compra 50% do capital da Económica SGPS, empresa participada da Media Capital, passando a controlar a totalidade do Diário Económico e Semanário Económico.

2003

- A Media Capital entra na área da distribuição cinematográfica (atividade descontinuada no final de 2011), através de uma parceria com a Castello Lopes, e da edição discográfica, com a criação da MC Entertainment e a aquisição da Farol Música.

2004 

- A Media Capital entra em bolsa.

2005

- Em julho, a Prisa torna-se acionista principal da Media Capital, levando na altura o líder do PSD, Marques Mendes, a acusar os governos português e espanhol de cumplicidade no negócio com a empresa espanhola, lembrando a ligação do grupo ao PSOE, com o executivo da altura a negar qualquer envolvimento na matéria.

2006

- Em outubro, a Prisa lança uma OPA sobre a totalidade da dona da TVI e passa a controlar a Media Capital.

2007

- Na sequência de duas OPA, o grupo Prisa passa a deter a quase totalidade do capital da empresa.

2008

- A Media Capital alienou a área de imprensa à Progresa (empresa do grupo Prisa) e, no final do ano, adquiriu a Plural Espanha que, juntamente com a NBP, deu origem à Plural Entertainment, uma das maiores produtoras internacionais em língua portuguesa e espanhola.

- No final de 2008, a Prisa atravessa um período de crise financeira e propõe-se avançar com cortes para enfrentar a dívida e a queda de receitas.

2009 

- As dificuldades financeiras continuam e, no âmbito das medidas para enfrentar a situação, a Prisa anuncia em junho a intenção de vender 30% da Media Capital, levando na altura a Portugal Telecom (PT) -- operadora que foi comprada em 02 de junho de 2015 pelo grupo Altice -- a manifestar o seu interesse. O negócio seria inviabilizado pela polémica lançada à volta do assunto, nomeadamente de tentativa política de controlo da TVI.

- Em 26 de junho, o então primeiro-ministro, José Sócrates, anuncia que se vai opor à compra pela PT de parte da Media Capital para que não haja a mínima suspeita de que esse negócio se destina a alterar a linha editorial da TVI. O Estado tinha uma 'golden share' na PT que lhe permitia vetar a operação. Com a PT fora da 'corrida', as portas ficam abertas para a Cofina e a Ongoing, sendo que a dona do Correio da Manhã adiantou que pretendia comprar uma posição de controlo e não apenas 30%.

- Em setembro, a Prisa anuncia a venda de 35% da Media Capital à Ongoing, empresa que era acionista da Impresa.

2010

- Em janeiro, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) 'chumba' a operação, colocando como condição à Ongoing a venda da totalidade da participação na SIC.

- Em 30 de março de 2010, sem que a Ongoing tenha vendido a sua participação na Impresa, a Concorrência opõe-se ao negócio, contando já com o parecer vinculativo da ERC, o que inviabiliza a operação.

2017

- Em 14 de julho, a Altice anuncia que chegou a acordo com a Prisa para a compra da Media Capital, numa operação avaliada em 440 milhões de euros.

- Em 17 de outubro, os três membros do Conselho Regulador da ERC, na altura liderada por Carlos Magno, não chegaram a acordo sobre a proposta de compra da Media Capital pela Altice. Perante a falta de consenso, o processo passa para a alçada da Autoridade da Concorrência (AdC).

2018 

- Em 28 de maio, a AdC rejeita os compromissos apresentados pela Altice para a compra da Media Capital por entender que "não protegem os interesses dos consumidores, nem garantem a concorrência no mercado".

- Um dia depois, a Altice Portugal manifesta a sua discordância da rejeição da AdC e afirma não estar disponível "para apresentar quaisquer outros" compromissos.

- Em 18 de junho, a Prisa confirma a desistência do negócio.

2019

- Em 21 de setembro, a Cofina SGPS anuncia que chegou a acordo com a Prisa para comprar a totalidade das ações que detém na Media Capital, valorizando a empresa em 255 milhões de euros.

- Em 23 de dezembro, a Cofina anuncia ter acordado com a Prisa a redução do preço de compra da dona da TVI em 50 milhões face aos 255 milhões de euros (205 milhões de euros).

2020 

- Em 18 de fevereiro, a Sociedade Pluris Investments, controlada pelo empresário Mário Ferreira, chegou a acordo com quatro acionistas da Cofina para a compra de 18.044.763 direitos de subscrição das novas ações no aumento de capital da dona do Correio da Manhã.

- Em 11 de março, a Cofina anuncia a desistência da compra da dona da TVI, depois de falhar a operação de aumento de capital em cerca de três milhões de euros. O aumento era no montante de 85 milhões de euros para financiar a compra da Media Capital, mas a dona do Correio da Manhã conseguiu pouco mais de 82 milhões. O empresário Mário Ferreira afirmou ter sido 'apanhado de surpresa' por esta decisão.

- Em 22 de abril, a diretora de comunicação do grupo Bel confirma à Lusa que o empresário Marco Galinha, presidente executivo da empresa, apresentou uma proposta de compra da Media Capital "no início do mês" à Prisa.

- Em 24 de abril, a Prisa informa que assinou um memorando de entendimento com a Pluris Investments, do empresário Mário Ferreira, tendo em vista a eventual compra até 30,22% da Media Capital, dona da TVI.

- Em 14 de maio, a Prisa anunciou que Mário Ferreira comprou 30,22% da Media Capital, através da Pluris Investments, numa operação realizada por meio da transferência em bloco das ações por 10,5 milhões de euros.

- Quase três meses depois, em 12 de agosto, a Cofina lança uma OPA sobre a totalidade do capital da Media Capital, alterando a oferta de 21 de setembro, sendo o valor de referência proposto de 0,415 euros por ação, a que corresponde um montante total de 35 milhões de euros e considera um 'entreprise value' de cerca de 130 milhões de euros.

- Em 03 de novembro, a Prisa conclui a venda da totalidade da sua participação na Media Capital, ao alienar os restantes 21,2% que detinha na dona da TVI através da Vertix, por 12,1 milhões de euros.

2021 

- Em 26 de janeiro, a AdC deu 'luz verde' à operação de concentração da OPA obrigatória lançada pela Pluris sobre Media Capital, por não ser suscetível de criar "entraves significativos à concorrência".

- Em 20 de julho, a Cofina anunciou a revogação, com efeitos imediatos, da OPA sobre as ações da Media Capital, preliminarmente anunciada em 21 de setembro em 2019 e posteriormente alterada.

2022

- Em 03 de fevereiro, a Bauer Media Audio e o Grupo Media Capital estabeleceram um acordo definitivo, sujeito a aprovação regulatória, para a aquisição da MCR, que detém as rádios do grupo português, por 69,6 milhões de euros, operação que foi concluída em 31 de maio.

2023 

- Em 03 de março, a Media Capital informa que está "atenta e disponível para analisar oportunidades de negócio", mas quanto à aquisição da Cofina ou de ativos do grupo de Paulo Fernandes "nada existe de relevante", enquanto a dona do Correio da Manhã admite "abordagens preliminares" de assessores externos para possíveis negociações com a dona da TVI "que estão a ser objeto de análise", mas sem que existam para já quaisquer conversações, ou decisão.

- Em 22 de maio, em entrevista à Lusa, o presidente executivo da Media Capital, Pedro Morais Leitão, afirmou que a compra da Cofina era "um tema abstrato" para o grupo, sem desenvolvimentos até agora, não tendo desde que assumiu o cargo em julho de 2022 se sentado para negociar com aquela empresa.

- Em 11 de julho, a Media Capital garantiu que mantém interesse na "aquisição de 100% do capital da Cofina Media".

- Nove dias depois, a dona da TVI anunciou uma oferta vinculativa para a compra da totalidade das ações da Cofina, com o valor de aquisição livre de ónus e encargos, por 80 milhões de euros.

Leia Também: Media Capital lança oferta vinculativa sobre totalidade das ações da Cofina

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