"A ideia é a criação de um sistema único de transporte que concentre mercadorias da América Latina para a Rússia e da Rússia para um porto latino-americano, de modo que o percurso mais longo da viagem seja compartilhado por todos e, portanto, mais barato", afirmou no Fórum Económico de São Petersburgo, dedicado às relações entre a Rússia e a América Latina.
Posteriormente, explicou, as mercadorias concentradas nesses centros logísticos vão ser distribuídas por transportadoras locais, e lembrou as mudanças na cadeia logística após o início da guerra na Ucrânia, que levaram a um aumento dos custos.
Se antes a transferência de mercadorias da Rússia para a América Latina "custava cerca de 6.000 dólares, agora custa pelo menos 20.000", afirmou Boris Titov, observando que, "naturalmente, isso prejudica a economia do comércio mútuo".
O empresário russo indicou que, embora "existam vários portos pretendentes" na América Latina, um dos favoritos é o porto de Mariel, a oeste de Havana, atraente "pela sua disposição geográfica" e possibilidades económicas.
Cuba criou em 2015 uma zona económica especial neste porto, localizado a 45 quilómetros da capital cubana, na qual é oferecido um regime tributário e aduaneiro especial aos empresários estrangeiros para estimular o investimento e a localização das produções no país.
Na semana passada, o primeiro-ministro cubano, Manuel Marrero Cruz, propôs à União Económica Eurasiática pós-soviética, organização liderada pela Rússia, a criação de um parque industrial nesta zona económica, o que permitiria o acesso de investimentos russos ao mercado latino-americano.
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