De acordo com os dados do gabinete estatístico do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, consultados hoje pela Lusa, as exportações de produtos do Brasil para a China passaram de mais de 41 mil milhões de dólares (38,1 mil milhões de euros), em 2012, para 89,4 mil milhões de dólares (83,3 mil milhões de euros) no ano passado, com o minério de ferro e a soja a ocuparem os dois primeiros lugares, seguidos do petróleo, e juntos valem 75% das exportações brasileiras para este país.

Em sentido inverso, as vendas da China ao Brasil passaram de 34,2 mil milhões de dólares (31,8 mil milhões de euros), em 2012, para mais de 60 mil milhões de dólares (55,9 mil milhões de euros) em 2022, o que explica que o saldo da balança comercial tenha sido, de forma consistente na última década, favorável ao país lusófono.

No ano passado, as exportações para a China subiram 1,7%, para 89,4 mil milhões de dólares, mas de 2020 para 2021 o salto foi bem mais significativo, com as vendas à China a subirem 29,6%, de 67 para 87 mil milhões de dólares (de 62,4 para 81 mil milhões de euros).

O saldo positivo das trocas comerciais para o Brasil bateu, aliás, o recorde em 2021, quando o resultado foi positivo para o país latino-americano em mais de 40 mil milhões de dólares (37,7 mil milhões de euros), tendo abrandado, no ano passado, para 28,8 mil milhões de dólares (26,8 mil milhões de euros), ainda assim muito acima dos quase 7 mil milhões de dólares (6,5 mil milhões de euros) registados em 2021.

A China é o maior cliente do Brasil, tendo sido responsável, no ano passado, por mais de 30% do total das exportações do maior país da América do Sul, que tem nos açucares o quarto principal produto de exportações para o gigante asiático, com mais de 4 mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros) em exportações no ano passado.

"As exportações brasileiras para a China estão concentradas, principalmente, em 'commodities' [matérias-primas], o que indica que há oportunidades de diversificar a pauta exportadora, com produtos de maior valor agregado", lê-se no mais recente estudo da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX Brasil) sobre a China, no qual se aponta que "entre 2018 e 2022, praticamente todas as principais exportações brasileiras, à exceção da celulose, tiveram crescimento médio anual positivo, o que demonstra o dinamismo do comércio bilateral".

Entre as oportunidades de diversificação das exportações brasileiras, a APEX identificava 456 oportunidades, com destaque para as "condições favoráveis para a ampliação das exportações de milho, aço, cobre, café, madeira, algodão, carne suína e amendoim".