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"Pacotinho" do Governo "passa ao lado" das soluções para problemas

A secretária-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) disse hoje que o "pacotinho" de medidas que o Governo apresentou para responder ao aumento do custo de vida "passa ao lado" das soluções para os problemas que Portugal vive.

"Pacotinho" do Governo "passa ao lado" das soluções para problemas
Notícias ao Minuto

17:37 - 24/03/23 por Lusa

Economia CGTP

"O que ressalta imediatamente quando o Governo anuncia estas medidas é que o Governo passa ao lado daquilo que são as soluções para os problemas que estamos a viver, designadamente, o aumento geral dos salários de todos os trabalhadores, o aumento do salário mínimo nacional, o aumento das pensões de reforma e o controle dos preços, com efetiva taxação dos lucros brutais que as grandes empresas e grupos económicos estão a ter", declarou Isabel Camarinha.

Em declarações por telefone à agência Lusa no âmbito do anúncio das medidas de resposta do Governo face ao aumento do custo de vida, a líder da CGTP considerou que o pacote de medidas vem reforçar a importância da luta dos "trabalhadores, reformados e pensionistas" para se "conseguir alterar este estado de coisas".

"O apelo que a CGTP faz é continuarmos a fazer crescer esta luta, porque mesmo este pacotinho que o Governo apresenta é já também para parecer que está a dar alguma resposta à luta que tem vindo a ser desenvolvida e que tem aumentado como vimos na manifestação que realizámos no passado sábado, dia 18, com milhares de trabalhadores a exigirem soluções para os problemas que estão a atravessar", observou.

Isabel Camarinha fala em medidas "assistencialistas" e num "desequilíbrio" por não dirigir as medidas "a quem de facto devem ser dirigidas", referindo-se, por exemplo, ao cabaz alimentar com zero por cento de IVA, deixando intocados os lucros das empresas de distribuição.

"O Governo mais uma vez opta por, ao invés de resolver o problema, está neste assistencialismo, que não resolve os problemas, como já fez anteriormente", disse, recordando que mais de um milhão de famílias portuguesas estão em situação de "vulnerabilidade extrema", o que se torna no "espelho das políticas" que têm vindo a ser tomadas e que "não garantem uma distribuição da riqueza que permita que no nosso país se possa viver com dignidade".

Sobre o cabaz alimentar com IVA zero, Isabel Camarinha explica que se está apenas a mexer no imposto, mas não nos "milhares de milhões de euros de lucro" das empresas de distribuição alimentar, recordando que esta quinta-feira a Jerónimo Martins apresentava resultados de 2022 de 600 milhões de lucro.

E a redução do IVA vai deixar "intocados esses lucros e vai manter a possibilidade de continuarem com a especulação que têm efetuado relativamente ao aumento dos preços", disse.

Sobre o apoio de 140 milhões de euros ao setor agrícola, que o Governo anunciou hoje, Isabel Camarinha tem dúvidas sobre quem é que vai beneficiar desse apoio, referindo que estes apoios têm sido "aproveitados pelas grandes empresas e pelos grandes agrários" e não pelos pequenos, que são quem também está aflito neste momento com a situação que se vive.

Em comunicado enviado à comunicação social, a CGTP reitera que faltam medidas que permitam a subida dos salários, que reponham e melhorem o poder de compra no setor público e privado.

Para a central sindical falta também a subida imediata do salário mínimo para os 850 euros ou, entre outras, faltam as medidas que revertam o corte nas pensões introduzido no presente ano e garantam a reposição e melhoria do poder de compra.

"Faltam as medidas que rompam com o caminho da desigualdade e empobrecimento de camadas crescentes da população e sobram as que vêm sendo introduzidas e não resolvem as dificuldades do dia-a-dia dos trabalhadores, mas que asseguram os lucros recorde apresentados pelas grandes empresas".

No preço dos bens essenciais vendidos pela grande distribuição, onde se impõe a fixação de preços máximos, a CGTP refere que Governo coloca a "nú a sua opção de classe" e opta por se aliar à grande distribuição e, nas ajudas à produção, para que estas sejam absorvidas pelos grandes produtores.

Sem prejuízo de uma melhor avaliação do alcance e impacto da medida do IVA nos 0%, a CGTP-IN questiona o porquê de o Governo, por exemplo, não baixar para a taxa reduzida o IVA da eletricidade, medida que se refletiria no imediato na fatura paga pelos trabalhadores e suas famílias.

Sobre o apoio às "famílias mais vulneráveis", a GCTP lamenta que o Governo insista nas medidas "paliativas", não agindo sobre os instrumentos usados pelo capital para travar a subida dos salários.

No campo das medidas dirigidas aos trabalhadores da Administração Pública (AP), a CGTP indica que continuam a ver negadas as reivindicações de valorização salarial e progressão nas carreiras.

A CGTP pede um "novo rumo" das políticas e apela à mobilização e participação na Manifestação da Juventude Trabalhadora do próximo dia 28 de março, nas comemorações populares do 25 de Abril e na "grande Jornada de Luta no 1º de Maio".

Leia Também: Camarinha garante que luta não vai parar até salários e pensões subirem

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