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Wall Street fecha sem orientação apesar da derrapagem do setor bancário

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje sem orientação clara, com a derrapagem do setor bancário a ser superada graças às empresas com elevada capitalização e à resistência dos valores defensivos, em contexto de recuo acentuado dos rendimentos obrigacionistas.

Wall Street fecha sem orientação apesar da derrapagem do setor bancário
Notícias ao Minuto

22:53 - 13/03/23 por Lusa

Economia Bolsas

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average baixou 0,28% e o alargado S&P50 perdeu 0,15%, mas o tecnológico Nasdaq progrediu 0,45%.

Wall Street tinha aberto em baixa, receosa com a crise que atingiu o setor bancário dos EUA desde há alguns dias, ao ponto de ter levado as autoridades a garantir, no domingo, a integralidade dos depósitos dos cidadãos do país.

Mas os índices rapidamente recuperaram, para terminarem perto do equilíbrio, em parte graças "aos setores sensíveis à taxa de juro, que subiram graças à queda dos rendimentos das obrigações", disse, em nota analítica, Edward Moya, da Oanda.

O rendimento das obrigações federais a dois anos baixou de 4,58% na sexta-feira para 3,99% hoje, com esta baixa de 59 pontos-base a ser a mais forte desde a designada Segunda-Feira Negra, em 19 de outubro de 1987.

Os operadores bolsistas reviram totalmente as suas projeções em termos de política monetária e admitem agora que a Reserva Federal trave, e depois inverta, os aumentos da sua taxa de juro de referência até ao final do ano, quando até há pouco o sentimento dominante era o de esperar a continuação de uma marcha forçada no endurecimento monetário.

Esta perspetiva e a brutal descida dos rendimentos obrigacionistas aproveitaram a algumas empresas do setor tecnológico, que dependem fortemente do acesso ao crédito para manterem o seu crescimento.

A praça nova-iorquina contou também com as 'mega-caps', as capitalizações gigantes, muitas das quais relativas a conglomerados baseados no setor tecnológico. "Elas têm balanços sólidos e não apresentam riscos" imediatos, comentou Patrick O'Hare, da Briefing.com.

Foram os casos designadamente de Apple (+1,33%), Microsoft (+2,14%) e Amazon (+1,87%), cujas capitalizações superam os quatro biliões (milhão de milhões) de dólares.

Outra nota positiva veio dos valores ditos defensivos, relativos a empresas teoricamente menos sensíveis à conjuntura, como Johnson & Johnson (+0,96%), Procter & Gamble (+0,69%) ou ainda a Coca-Cola (+1,01%).

Ms se estes factores permitiram a Wall Street resistir, "a inquietação permanece quanto aos bancos regionais", indicou Nick Reece, da Guinness Global Investors.

"Alguns receiam novas falências e o valor das suas ações (desses bancos) laminado e garantem que este não é um risco que desejem assumir", acrescentou.

Desde logo, está em causa o californiano First Republic, que só hoje perdeu 61,83%.

Apesar do seu estatuto de banco regional, o First Republic não deixa de ser a 14.ª instituição financeira dos EUA e tem ativos superiores a 212 mil milhões de dólares.

Mas também a sofrerem com estes receios estiveram outros bancos regionais, como o Western Alliance (-47,06%), o Cleveland KeyCorp (-24,36%) ou o texano Comerica Bank (-27,67%).

Patrick O'Hare apontou que "há ainda muita apreensão com o facto de estes bancos regionais poderem enfrentar uma forte descida dos seus depósitos, porque os clientes entraram em pânico com o que acaba de ocorrer".

Contudo, a maior parte dos perdedores de hoje acabaram a sessão a reduzir perdas. Depois de ter atingido o seu máximo em quatro meses, o designado índice do medo, o VIX, que mede a volatilidade do mercado, também baixou com o aproximar do fecho da sessão, a dar a entender que os investidores estavam a recuperar o autocontrolo.

Leia Também: Wall Street segue no 'verde' apesar das dificuldades de bancos regionais

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