Inflação a desacelerar de forma sustentada? Fed quer "mais evidências"

A Reserva Federal norte-americana, que subiu hoje as taxas de juro em 25 pontos base, quer "mais evidências" de que a inflação está a desacelerar "de forma sustentada", considerando que o trabalho ainda não está concluído, segundo Jerome Powell.

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Lusa
01/02/2023 20:45 ‧ 01/02/2023 por Lusa

Economia

Fed

"Embora os recentes desenvolvimentos sejam encorajadores, iremos precisar de mais evidências para ter certeza de que a inflação está a desacelerar de forma sustentada", disse o presidente da Reserva Federal norte-america (Fed), em conferência de imprensa, após a reunião de dois dias do banco central.

O banco central anunciou hoje um aumento de 25 pontos base da taxa de juro diretora, para um intervalo entre 4,50% e 4,75%, um abrandamento face à subida de 50 pontos base na última reunião.

Apesar de desacelerar o ritmo, Jerome Powell apontou para novos aumentos adicionais nas taxas de juro para chegar ao patamar que consideram "suficientemente restritivo".

Enfatizando que "a inflação continua alta" e que o impacto das alterações da política monetária leva algum tempo a refletir-se, Jerome Powell considerou "que seria muito prematuro declarar vitória ou pensar que realmente" se conseguiu reduzir a inflação.

Para o presidente da Fed, é "muito difícil" gerir o risco de "fazer pouco e descobrir em seis ou 12 meses" que o banco central esteve "perto", mas não conseguiu fazer o seu trabalho.

Jerome Powell apontou que nos serviços ainda não se verifica a trajetória descendente de inflação, nomeadamente na habitação: "Não o vemos, ainda não está a acontecer", frisou, sublinhando o elevado grau de incerteza.

Questionado sobre a taxa terminal, admitiu que as previsões poderão ser atualizadas na próxima reunião.

"Na reunião de março atualizaremos essas avaliações. Não as atualizamos hoje. No entanto, continuamos a dizer que acreditamos que os aumentos de taxa em curso serão apropriados para obter uma postura de política suficientemente restritiva para trazer a inflação de volta para 2%", disse.

Depois de quatro reuniões consecutivas em que anunciou uma subida dos juros de 75 pontos base, o banco central norte-americano decidiu em dezembro uma subida de 50 pontos base, tendo agora novamente desacelerado o ritmo.

À semelhança dos últimos comunicados, a instituição liderada por Jerome Powell dá nota de que os últimos indicadores apontam para um crescimento modesto da despesa e da produção, enquanto o mercado de trabalho tem permanecido robusto nos últimos meses e a taxa de desemprego continua baixa.

O banco central refere ainda que a guerra da Rússia contra a Ucrânia está a provocar enormes dificuldades humanas e económicas, o que está a contribuir para uma elevada incerteza global.

O FOMC indica ainda que para os futuros aumentos levará em consideração o aperto acumulado da política monetária, a forma como a política monetária afeta a atividade económica e a inflação e os desenvolvimentos económico-financeiros.

Leia Também: Embaixadora dos EUA promete isolar Rússia na ONU e condena Grupo Wagner

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