"O perfil de crédito reflete os desafios cada vez maiores do serviço da dívida, e pequena base de receita e o enquadramento institucional e de governação muito fracos são um problema de há muito", escrevem os analistas na nota que acompanha a decisão de descer a opinião sobre a qualidade do crédito soberano de B3 para Caa1, abaixo da recomendação de investimento, ou 'lixo', como é geralmente designado.
Na nota, a agência de rating também se refere ao risco de um "ciclo vicioso negativo" entre os requisitos crescentes para fazer face à dívida e as cada vez maiores taxas de juro, o que potencialmente poderá obrigar a uma escolha entre pagar a dívida ou financiar importantes despesas sociais.
"Apesar de um novo Governo poder revigorar o ímpeto reformista na Nigéria, nas eleições de 25 de fevereiro e assim apoiar a consolidação orçamental, a implementação será provavelmente lenta e marcada por limitações sociais e institucionais", acrescenta a Moody's.
No texto, os analistas dizem ainda que o Governo tem sido incapaz de garantir financiamento externo e sublinham o significativo défice orçamental para 2023, concluindo que o declínio na produção petrolífera e na fuga de capitais vai também gradualmente deteriorar a reputação externa do país.
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