Os analistas da agência de notação financeira reviram em alta as previsões para as taxas de juro do BCE, justificando que a instituição liderada por Christine Lagarde se revelou mais "preocupada" com as pressões inflacionistas, na última reunião.
"Haverá um total de 150 pontos base nos aumentos [das taxas de juro] no 1S23 [primeiro semestre de 2023], começando com 50 pontos base em cada uma das reuniões do BCE em 5 de fevereiro e 16 de março de 2023", lê-se na nota.
A Fitch acredita que o BCE irá aumentar a taxa de refinanciamento para 4% até maio de 2023, quando em dezembro estimava 3%, enquanto a taxa de depósitos deverá atingir 3,5%.
Para os analistas da agência, a reunião de meados de dezembro marcou uma mudança clara de uma política totalmente "restritiva".
O BCE subiu, na reunião de dezembro, as taxas de juro em 50 pontos base, após duas subidas consecutivas de 75 pontos base.
Com a decisão tomada pelo BCE, a taxa de juro das principais operações de refinanciamento fixou-se em 2,5%, o nível mais alto desde finais de 2008, a taxa de depósitos em 2% e a taxa de juro aplicada à facilidade permanente de cedência de liquidez passa para 2,75%.
A instituição liderada por Christine Lagarde abrandou o ritmo de subida das taxas de juro, mas avisou que vai continuar a subi-las "significativamente", mostrando-se determinado no combate à inflação, que continua "demasiado elevada".
"Ainda temos caminho a percorrer", "temos de ir mais longe", "estamos numa longa partida", foram algumas das expressões usadas pela presidente do BCE, para passar a mensagem de firmeza do banco central, após a última reunião de um ano movimentado.
Leia Também: DBRS considera 'estável' perspetiva sobre qualidade do crédito malparado