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Taxas de juro? "Haver mais subidas é uma inevitabilidade", admite Centeno

O governador do Banco de Portugal acredita que a inflação dará sinais mais visíveis de abrandamento a partir do final do primeiro trimestre de 2023.

Taxas de juro? "Haver mais subidas é uma inevitabilidade", admite Centeno
Notícias ao Minuto

08:12 - 22/12/22 por Notícias ao Minuto com Lusa

Economia Mário Centeno

O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, considera que haver mais subidas das taxas de juro é uma "inevitabilidade" e acredita que a inflação dará sinais mais visíveis de abrandamento a partir do final do primeiro trimestre de 2023.

"Haver mais subidas é uma inevitabilidade e a previsibilidade da política monetária, que é altamente desejável, acontecerá de forma mais óbvia para todos assim que a inflação começar a cair", disse Centeno, em entrevista ao Jornal de Negócios

Questionado sobre se as taxas de juro vão continuar a aumentar até 2025 para conter a inflação, Centeno respondeu: "Não. [A inflação] vai começar a cair muito mais próximo. Se tivermos de esperar até 2025 para sairmos de 10% da inflação, nesse momento, eu já não sei que sistema económico é que estaria a falar".

O governador do BdP defende "todos os dados apontam para que a inflação esteja a atingir o seu pico na área do euro no quarto trimestre de 2022 e que a atualização de preços se poderá prolongar por mais um mês ou dois". 

Contudo, no final do mês passado, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que ficaria "surpreendida" se a inflação da zona euro já estivesse no pico, pela "grande incerteza" económica, classificando as taxas de juro como "principal instrumento" de combate.

O BCE abrandou, na semana passada, o ritmo de subida das taxas de juro, mas avisou que vai continuar a subi-las "significativamente", mostrando-se determinado no combate à inflação, que continua "demasiado elevada".

Centeno vê benefícios em fusão entre Novo Banco e BCP num "cenário de digitalização"

O governador do Banco de Portugal considerou que uma fusão entre o Novo Banco e o BCP seria benéfica "num cenário de digitalização", segundo a mesma entrevista.

Questionado se uma fusão entre os dois bancos traria estabilidade ao setor, Centeno disse acreditar que "as sinergias [que] possam surgir desse emparelhamento ou de qualquer outro que seja sustentável no mercado português, seriam benéficas para o sistema bancário".

Ainda assim, sublinhou que está a "ser pedagógico em relação ao mercado e à forma como" vê a banca.

"Todas as frases que diga em relação a esse negócio podem mover o mercado e o papel do banco central não é mover o mercado", afirmou, mas admitindo benefícios quanto à importância destas operações face ao digital.

"Num cenário de digitalização, de concorrência com ativos digitais que vai colocar desafios acrescidos à banca tradicional, que essas fusões resultem destes mecanismos de mercado é aquilo que mais desejo", referiu.

Centeno defendeu ainda que não se está numa situação em que haja necessidade de reestruturações por dificuldades nas instituições, registando a sua "estabilidade".

"Qualquer das instituições hoje presentes no sistema bancário português tem um nível de capital, de rácios de liquidez, de solvabilidade e níveis de exposição ao risco muito baixos. Ou melhor, muito baixos os que têm que ser baixos, e muito altos os que têm de ser altos. Ou seja, não estamos perante uma situação em que a necessidade de reestruturação surja por situações de dificuldades das instituições. Isso não se coloca em nenhuma circunstância", afirmou.

Na entrevista ao diário, Mário Centeno, registou que a banca "está mais atrativa pelas boas razões", nomeadamente pela sua resiliência, resultados e níveis de risco baixos.

O governador do banco central português registou ainda que a recessão "é ainda evitável".

"A recessão é ainda evitável. Não está em nenhum dos cenários base apresentados pelo BCE, OCDE e Comissão Europeia. Não é parte do cenário base que temos para a economia portuguesa", disse.

[Notícia atualizada às 11h23]

Leia Também: "É o mercado de trabalho que sustenta a situação da economia portuguesa"  

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