De acordo com as estimativas do NECEP - Católica Lisbon Forecasting Lab, o Produto Interno Bruto (PIB) português terá crescido 4% em termos homólogos no terceiro trimestre deste ano, mas terá registado uma contração de 0,5% face ao segundo trimestre.
"Na prática, a recuperação do turismo não terá sido suficiente para compensar as perdas de atividade em outros setores mais penalizados pela subida dos preços da energia e das matérias-primas", assinalam os economistas.
Para a totalidade deste ano, a Católica prevê uma taxa de crescimento de 6,1%, enquanto o próximo ano deverá ser afetado pela conjuntura externa.
"A fragilidade da economia europeia deverá subsistir no próximo ano e a economia portuguesa deverá crescer a ritmo inferior ao crescimento tendencial, podendo sofrer correções pontuais típicas do período pós-pandemia", indica.
Deste modo, o ponto de crescimento previsto para Portugal pelos economistas da Católica no próximo ano é de 0,5%, com um intervalo entre uma contração de 1% e uma expansão de 2%.
"Esta perspetiva de moderação decorre, por um lado, do esgotamento dos "ressaltos" pós-COVID e dos efeitos de base e, por outro lado, dos custos acrescidos com o serviço da dívida e com as importações de bens energéticos e outros essenciais", refere.
O NECEP aponta ainda para uma inflação em Portugal que pode atingir 7,6% este ano, embora admita que "seja razoável esperar" que possa descer para cerca de 6% em 2023.
A Católica assinala ainda que o Orçamento do Estado para 2023 "antecipa uma redução do défice de um ponto percentual face a 2022 caso o crescimento da economia (1,3%) assim o permita".
"A descida da dívida pública deverá ser moderada já que o ano de 2023 está envolto em grande incerteza relativamente ao cenário macroeconómico que, caso se deteriore substantivamente face ao previsto nesse documento, poderá obrigar o Governo a tomar medidas adicionais de apoio às famílias e às empresas", disse.
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