Crise energética. UE deve tomar medidas para "controlar a procura"

A Comissão Europeia apresenta, esta quarta-feira, um plano de emergência para garantir gás no próximo inverno perante eventual corte de abastecimento por parte da Rússia.

Notícia

© Shutterstock

Beatriz Vasconcelos
20/07/2022 08:44 ‧ 20/07/2022 por Beatriz Vasconcelos

Economia

empresas

Numa altura em que a Europa enfrenta uma grave crise energética, por causa da resposta russa às sanções impostas no seguimento da guerra na Ucrânia, a Comissão Europeia vai apresentar, esta quarta-feira, o plano de emergência energética para o inverno. Nuno Mello, analista da XTB, diz que a ideia passará por "controlar a procura"

"A ideia portanto é tomar medidas para controlar a procura. Algumas delas já estão a ser estudadas como a limitação do aquecimento de espaços públicos ou a recomendação para aquecimento dos lares com fontes alternativas (lenha, por exemplo)", disse o analista, num comentário enviado ao Notícias ao Minuto.

Contudo, com uma decisão deste género "pagaremos a fatura com contas mais altas de gás e desaceleração económica devido à suspensão da atividade em muitos setores industriais".

Nuno Mello lembra que a UE tem a opção de reativar as centrais a carvão, mas também estas "têm uma capacidade energética limitada e vão contra as políticas verdes recentemente adotadas".

A Comissão Europeia apresenta, esta quarta-feira, um plano de emergência para garantir gás no próximo inverno perante eventual corte de abastecimento por parte da Rússia, visando que a UE esteja "preparada para o pior".

"Os stocks parecem melhores do que no ano passado e os armazéns na Europa estão com dois terços da sua capacidade. Teoricamente, a situação não é muito má, mas tudo dependerá do inverno ser mais ou menos rigoroso e da Rússia retomar o fornecimento à Alemanha, após o fim da manutenção do Nord Stream I, agendado para esta quinta-feira", revela o analista da XTB. 

A manutenção do gasoduto Nord Stream 1, na Alemanha, estará finalizada a 21 de julho, conforme planeado, assegurou à agência Efe a operadora da infraestrutura, perante os receios de que o fornecimento russo não seja retomado.

"Se tal informação for verdadeira, poderá afetar positivamente a avaliação dos ativos europeus e negativamente os preços do gás natural", diz ainda Nuno Mello.

Em meados de maio, a Comissão Europeia alertou para o risco de uma "grave rutura de abastecimento" de gás no próximo inverno na UE, devido aos problemas no fornecimento russo, propondo mais armazenamento e admitindo o recurso ao mecanismo de compras conjuntas.

Ao mesmo tempo, a instituição solicitou aos países da UE que atualizem os seus planos de contingência, peçam aos operadores de transporte que acelerem medidas técnicas para aumentar o fluxo e ainda que realizem acordos de solidariedade, já que só 18 dos 27 países têm infraestruturas para armazenar gás natural.

A guerra na Ucrânia, causada pela invasão russa do país no final de fevereiro passado, agravou a situação de crise energética em que a UE já se encontrava.

As tensões geopolíticas devido à guerra na Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros. Em Portugal, o gás russo representou, em 2021, menos de 10% do total importado.

Leia Também: Criar hábitos de poupança desde cedo: Seis conselhos para os mais jovens

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas