No relatório mensal hoje divulgado, a OPEP precisa que esta estimativa é feita no pressuposto de que a guerra na Ucrânia, a inflação e a pandemia "não tenham um impacto negativo significativo" no crescimento da economia global.
No entanto, a OPEP adverte para os grandes riscos negativos de revisão em baixa e, de facto, o crescimento estimado para o próximo ano representa um abrandamento (3,2% em comparação com o aumento de 3,5% calculado para 2022).
"Espera-se que a procura de petróleo em 2023 seja apoiada por um desempenho económico ainda sólido nos principais países consumidores, bem como pela melhoria dos desenvolvimentos geopolíticos e pela contenção da covid-19 na China", sublinham os peritos da organização.
Ao fazer as estimativas, a OPEP assume que "a evolução geopolítica na Europa de Leste", referindo-se à invasão da Ucrânia pela Rússia, e "o aperto financeiro global no meio de uma inflação crescente não afetará negativamente" o crescimento económico global em 2023, que estima em 3,2%.
No entanto, os analistas do grupo petrolífero advertem que persistem "riscos negativos", especialmente o da subida da inflação em todo o mundo, uma "preocupação" que acresce aos possíveis efeitos adversos do aperto das políticas monetárias dos principais bancos centrais.
A possibilidade de novas restrições à circulação para travar surtos de covid-19, tensões no mercado de trabalho, estrangulamentos nas cadeias de abastecimento e elevados níveis de dívida dos países são outros fatores que "preocupam" a OPEP.
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