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CES pede ao Parlamento Europeu que investigue práticas da Uber

O lobista Mark MacGann disse ao 'The Guardian' ter sido ele o denunciante das práticas da Uber, cuja divulgação levou hoje a Confederação dos Sindicatos Europeus a pedir ao Parlamento Europeu que investigue a atividade de lóbi da empresa.

CES pede ao Parlamento Europeu que investigue práticas da Uber
Notícias ao Minuto

23:23 - 11/07/22 por Lusa

Economia Uber

Um trabalho do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ na sigla em inglês), divulgado este domingo, revelou que a empresa norte-americana Uber concebeu uma estratégia de expansão que recorreu a lóbi político junto de governos e também formas ilícitas para ludibriar autoridades.

A investigação Uber Files do ICIJ , envolveu 40 meios de comunicação em 29 países e a análise de mais de 124 mil documentos, tendo hoje sido divulgado que o lobista MacGann assumiu ser o denunciante as práticas da Uber e quem forneceu os milhares de documentos comprometedores sobre a empresa ao jornal 'The Guardian'.

Mark MacGann, com 52 anos, foi o lobista principal da Uber na Europa, Médio Oriente e África, entre 2014 e 2016, tendo decidido divulgar as práticas da plataforma eletrónica de transportes porque acredita que a Uber violou a lei em dezenas de países e admite ter uma quota parte de responsabilidade nos factos que ajudou a denunciar.

"Fui eu quem falou com os governos, quem empurrou [o modelo da Uber] para a Comunicação Social, quem disse às pessoas que deveriam mudar as regras porque os motoristas seriam beneficiados e as pessoas teriam grandes oportunidades económicas", disse, em entrevista ao jornal britânica.

A investigação do ICIJ concluiu que, entre 2013 e 2017, o então CEO, Travis Kalanick, deu aval a uma estratégia que explorava a violência contra motoristas dos Uber para promover a imagem da empresa contra os taxistas e os governos que criavam problemas ao seu negócio.

A Uber criou igualmente uma complexa teia de lóbi que se espalhava desde a magnatas dos meios de comunicação a primeiros-ministros, passando por ministros, funcionários governamentais e oligarcas, tudo para que a empresa conseguisse expandir o seu negócio.

Na sequência da divulgação do Uber Files, a Confederação dos Sindicatos Europeus (CES) pediu ao Parlamento Europeu que investigue as atividades de lóbi da Uber mas instituições europeias para tentar "enfraquecer" uma diretiva europeia em preparação sobre as condições de trabalho nas plataformas digitais.

" A Uber, com a ajuda de uma empresa e consultoria, compilou listas de mais de 1.850 'stakeholders', funcionários e ex-funcionários públicos, 'think tanks' e grupos de cidadãos, que procurou influenciar em 29 países, além de instituições da União Europeia", disse a CES em comunicado, aludindo à investigação do ICIJ.

Os documentos revelam que a Uber realizou 12 reuniões anteriormente não divulgadas com a Comissão Europeia e que uma ex-vice-presidente da CE, responsável pela política digital, Neelie Kroes, fez secretamente lóbi em nome da Uber, acrescenta a CES que assinala que a Uber aumentou em 16 vezes os gastos com lóbi desde que chegou a Bruxelas em 2013, até 2020, passando o orçamento de 50 mil para 800 mil euros.

"Num claro conflito de interesses que revela a influência contínua da Uber nas instituições da União Europeia, a diretora de políticas da UE da Uber, Zuzana Púciková, está a desempenhar funções como uma das embaixadoras do clima da Comissão Europeia", denunciou a CES.

A Confederação dos Sindicatos Europeus sublinhou ainda que a Uber e outras plataformas estão a pressionar minutos conservadores e liberais, bem como eurodeputados, para que suavizem o projeto de diretiva europeia que visa melhorar as condições de trabalho dos trabalhadores das plataformas digitais.

Leia Também: Ex-lobista da Uber por trás da divulgação de documentos do 'Uber files'

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