A inaugurar no sábado, cinco anos após a adjudicação a um consórcio constituído pela Efacec e pelas espanhola COMSA e dinamarquesa MUNCK, o metro ligeiro de Odense é destacado pela empresa portuguesa como "um dos maiores projetos de engenharia nacional, bem como o mais complexo e abrangente ao nível de aplicação de valências, realizado a nível internacional na área da mobilidade pela Efacec".
"A Efacec foi responsável por desenvolver e instalar a componente eletromecânica do projeto, tendo a sua tecnologia sido integrada em todos os sistemas de energia, telecomunicações, sinalização e centros de comando", precisa a empresa portuguesa num comunicado hoje divulgado.
Segundo salienta, "adicionalmente às exigências típicas de um projeto com as características das do metro ligeiro de Odense, de elevada complexidade e sofisticação tecnológica, a Efacec teve de dar resposta aos mais diversos desafios durante a fase de implementação do projeto", desde "a execução em plena crise pandémica a covid-19, até à resolução de condicionantes de circulação de pessoas e de trânsito (viaturas e bicicletas) no decurso da obra, numa cidade sem experiência de convivência com um sistema de metro".
Iniciado em junho de 2017, o projeto do metro de Odense contempla 14 quilómetros de linha, 26 estações de superfície, um centro de comando, 16 veículos e 56 cruzamentos, num orçamento global de 3.000 milhões de coroas (a preços de 2014), prevendo-se que transporte diariamente 35.000 passageiros.
"É um projeto notável e emblemático que moldará o futuro de Odense, com soluções integradas nos campos da energia, mobilidade e ambiente, com a conectividade digital presente, áreas 'core' [centrais] da Efacec", enfatiza a empresa.
Já para a Efacec, sublinha, assume-se como "uma montra dos produtos e soluções de mobilidade sustentável" da empresa e "um projeto referência que potenciará novas oportunidades, nomeadamente ao nível da participação em outros concursos internacionais".
"Tal como projetos anteriores foram impulsionadores para a conquista deste projeto, outros projetos surgirão pelo sucesso e participação da Efacec no metro ligeiro de Odense", acredita.
Citado no comunicado, o 'chairman' e presidente executivo (CEO) da Efacec, Ângelo Ramalho, considera que "a inauguração do metro ligeiro de Odense é mais uma evidência da competitividade tecnológica da Efacec e da capacidade de execução das suas equipas, nos mais diversos ambientes".
"O metro ligeiro de Odense é um projeto emblemático na área da mobilidade e é um 'showroom' vivo das diversas competências tecnológicas necessárias à execução de um projeto desta natureza. Todas desenvolvidas e entregues pela Efacec", sublinha.
Ramalho acrescenta que "a importância do projeto, a grande diversidade e integração de soluções tecnológicas fornecidas e a execução eficiente permitem à Efacec reforçar a sua competitividade e consolidar o seu lugar referência no setor mundial metro ferroviário".
De acordo com a empresa portuguesa, o projeto do metro ligeiro de Odense é o que, em todo o seu portfólio, "integra o maior número de sistemas e valências 'made by' Efacec", desde as subestações de tração à catenária, sinalização ferroviária, comunicações, informação ao público, videovigilância, telefonia, sistema de localização de veículos e centro de controlo.
A equipa da Efacec envolvida no projeto contou com mais de 150 colaboradores das unidades de negócio de 'Transportes', 'Automação' e 'Transformadores e Aparelhagem'. No total, estiveram envolvidas, entre parceiros e fornecedores, 214 empresas de 16 países.
Também citado no comunicado, o diretor da Unidade de Transportes da Efacec, Pedro Pinto, reforça que a empresa é, "a nível nacional, a única com as competências em todas as vertentes tecnológicas exigidas pelo projeto", salientando que "para a sua conquista foi essencial o sucesso no metro de Dublin e de Bergen, assim como de outros projetos emblemáticos na área da mobilidade inteligente e sustentável desenvolvidos pela Efacec no mercado nacional e internacional".
A experiência da Efacec no fornecimento de sistemas eletromecânicos para metros e metros ligeiros remonta há mais de 25 anos, tendo-se iniciado com o fornecimento de subestações para o metro de Lisboa.
"Dessa data até ao momento, os projetos foram-se sucedendo", refere a empresa, recordando que, "em 1997, teve uma participação muito significativa na construção da rede do metro do Porto, a que se seguiram múltiplos projetos semelhantes em diversas geografias: Messina (Itália), Tenerife e Cádiz (Espanha), Argel, Oran e Constantine (Argélia), Nottingham (Reino Unido), Rio de Janeiro (Brasil), Dublin (Irlanda) e Bergen (Noruega)".
Atualmente, a Efacec está a participar na construção da fase 4 do Metro de Bergen (Noruega), da Linha Sydavnen do metro de Copenhaga (Dinamarca) e da extensão da Linha Amarela e nova linha circular do metro do Porto (Portugal).
Com atividade nos setores da energia, mobilidade e ambiente, a Efacec atua como fornecedor de soluções e de sistemas integrados EPC ('Engineering, Procurement and Construction') e parceiro de serviços O&M (Operations & Maintenance), estando presente em mercados estratégicos como a Europa, EUA, América Latina, Ásia, Médio Oriente, Magrebe e África Subsariana.
A Efacec está em pleno processo de venda à portuguesa DST SPGS, tendo o ministro da Economia, António Costa Silva, dito recentemente que esperava finalizar o negócio até ao final de junho, no âmbito da reprivatização da empresa.
Entretanto, a Autoridade da Concorrência (AdC) adotou uma decisão "de não oposição" à operação, depois de, em 29 de abril, o grupo DST ter notificado o regulador da aquisição do controlo exclusivo da Efacec.
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