Meteorologia

  • 18 MAIO 2024
Tempo
19º
MIN 13º MÁX 20º

Interessa perceber se aumentar exportações de eletricidade traz valor

O antigo presidente da ERSE Jorge Vasconcelos defendeu que é preciso pensar no papel de Portugal no redesenho do mercado de energia e que interessa perceber se há valor acrescentado no aumento das exportações de eletricidade para a Europa Central.

Interessa perceber se aumentar exportações de eletricidade traz valor
Notícias ao Minuto

13:53 - 06/04/22 por Lusa

Economia Eletricidade

"Queremos encher completamente o nosso país de aerogeradores e painéis [solares] para depois exportar eletricidade para a Europa central, sendo que o impacto para nós, Portugal, é que vamos ter preços superiores ao que teríamos sem essa exportação?", questionou-se o antigo responsável da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Jorge Vasconcelos.

Esta posição foi transmitida durante a conferência "A Energia no novo mapa geopolítico", promovida pela agência Lusa, em Lisboa, onde participaram também o presidente executivo (CEO) da Endesa Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, e o CEO da GreenVolt, João Manso Neto.

Para Jorge Vasconcelos, é importante parar para pensar sobre o papel que Portugal quer ter no mercado energético da União Europeia (UE), que, disse, é disfuncional e atravessa uma crise, agravada pela dependência da Rússia, que está em guerra com a Ucrânia.

O também presidente da Newes -- New Energy Solutions apontou que, atualmente, cerca de 15% da eletricidade gerada em Portugal é exportada para Espanha, que, por seu turno, exporta uma parte para França.

"Isto provoca emissões no nosso país. É isto que nós queremos? O que nos interessa é saber se nestas exportações há valor acrescentado", defendeu.

Por sua vez, relativamente à crise energética que a Europa enfrenta, o CEO da Endesa, considerou que se descurou a importância de ter um aprovisionamento de energia "mais diversificado".

"Descurámos e somos muito idealistas quando, sobre qualquer medida, por exemplo de prospeção e pesquisa de petróleo e gás, a priori dizemos 'vai de retro, Satanás'. Somos completamente reativos a qualquer iniciativa de termos consciência dos recursos que temos", defendeu Nuno Ribeiro da Silva.

Para o responsável da Endesa, estas questões devem ser geridas de "uma perspetiva estratégica e de segurança de abastecimento" e não apenas sob o ponto de vista dos preços ou do ambiente.

"Temos [Portugal] uma situação privilegiada dentro do novo paradigma que se está a construir, mas esse novo paradigma não acontece de um dia para o outro", realçou, referindo-se à utilização de recursos renováveis.

Já João Manso Neto, CEO da GreenVolt, salientou que "o gás é fundamental na transição energética" e que os preços já estavam altos antes da invasão russa da Ucrânia.

"Ao não se assumir que o gás é um elemento fundamental na transição energética, não se faz, no 'upstream', investimentos em gás. Se pensarmos o futuro, há que considerar que o gás vai ser preciso durante mais 10 ou 15 anos. Agora, dizer isto não serve para nada se não se tomar medidas", afirmou o responsável da empresa de energias renováveis.

Leia Também: Ministro alemão preocupado com "forte dependência" económica da China

Recomendados para si

;

Receba as melhores dicas de gestão de dinheiro, poupança e investimentos!

Tudo sobre os grandes negócios, finanças e economia.

Obrigado por ter ativado as notificações de Economia ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório