No vídeo a que a Lusa teve acesso, o presidente da empresa de transportes públicos considerou que a municipalização "foi um processo longo e atribulado, mas que acabou bem", tendo a empresa assegurado "os mecanismos da sua sustentabilidade".

"A estabilidade que a empresa adquiriu e a continuidade que assegurou vão servir, de facto, para mudanças que hão de vir, um novo salto para uma nova etapa", disse Manuel Queiró na comunicação enviada aos trabalhadores.

O também antigo presidente da CP - Comboios de Portugal e deputado do CDS-PP disse querer "transmitir uma mensagem de estabilidade, de continuidade e de confiança no futuro".

"A empresa vai diversificar e aumentar a sua atividade. Vai marcar a sua imagem no imaginário e no futuro de todos os portuenses, e essa base de trabalho também é uma herança desta fase difícil que a empresa atravessou com sucesso", considerou.

O gestor lembrou ainda o período da pandemia de covid-19, em que a empresa "teve oportunidade de mostrar a sua característica de empresa social e de serviço público".

Manuel Queiró, cujo mandato terminava no final do ano passado, será substituído no cargo de presidente da STCP pela atual vereadora da Câmara do Porto com o pelouro dos Transportes, Cristina Pimentel, que é quadro da empresa.

O executivo da Câmara do Porto aprovou em 07 de fevereiro, com o voto contra da CDU, delegar competências à STCP Serviços relacionadas com a mobilidade e gestão de infraestruturas auxiliares ao transporte público, como a gestão do Terminal Intermodal de Campanhã (TIC), o das Camélias ou do Bom Sucesso, bem como meios auxiliares à deslocação entre cotas e parques de estacionamento.

A par destas infraestruturas, é também confiada à empresa "a realização de todos os estudos necessários para a operacionalização" do ramal da Alfândega com um sistema de transporte público compatível com a utilização do canal para modos suaves.

O metrobus do Porto (linha Boavista - Império) também vai ser gerido pela STCP, adiantou o presidente da Câmara, Rui Moreira, durante uma sessão da Assembleia Municipal no dia 22 de fevereiro.

A Câmara do Porto espera obter receitas de exploração das infraestruturas geridas pela STCP Serviços em três anos, após injetar mais de três milhões de euros na empresa, disse à Lusa Cristina Pimentel.

A STCP Serviços é uma subsidiária da STCP que esteve sem atividade desde 2012 até pelo menos meio do ano passado, não tendo recursos humanos até essa data.

Já o capital e participações sociais da STCP foram transferidos, em 2021, do Estado para os municípios do Porto (53,69%), Vila Nova de Gaia (12,04%), Matosinhos (11,98%), Maia (9,61%), Gondomar (7,28%) e Valongo (5,4%).

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