"Nível salarial está a empobrecer" país. CGTP pede mudança de "panorama"
Isabel Camarinha diz que Portugal é um país de salários baixos e refere que este "panorama" tem de ser alterado.
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Economia CGTP
A secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, disse esta sexta-feira que Portugal é um país de salários baixos, considerando que este é um cenário que deve ser mudado, até porque está a "empobrecer as pessoas". Isto, no dia em que o Governo e os parceiros sociais reúnem-se para discutir medidas para apoiar as empresas a absorver o aumento de 40 euros do salário mínimo nacional (SMN).
"Os salários em Portugal são muito baixos, temos de mudar este panorama", disse Isabel Camarinha em declarações à CNN, justificando que é também por isto que os dados mostram que "10% dos trabalhadores em Portugal são pobres".
Na reunião anterior da Concertação Social, no dia 16, o Governo apresentou uma proposta para aumentar o salário mínimo nacional dos atuais 665 euros para 705 euros em 2022 e manifestou-se disponível para avançar com medidas para ajudar as empresas a suportarem o acréscimo.
"Temos um país de salários muito baixos e o que está a acontecer é que os trabalhadores estão revoltados e insatisfeitos", disse Isabel Camarinha, sublinhando que "não são só os que recebem o salário mínimo".
A CGTP exige um aumento do SMN para 850 euros. "Precisamos de caminhar rapidamente para que o SMN corresponda à realidade e necessidades do nosso país", afirmou a líder da CGTP, acrescentando que "este nível salarial está a empobrecer as pessoas".
A central sindical considera, por isso, que o Governo deve "dar indicação ao privado deste aumento geral dos salários" e entende que aumentar as remunerações é um "fator dinamizador da economia", adiantando que as "empresas têm de encarar isto como um investimento".
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, manifestou-se disponível para avançar com medidas para ajudar as empresas a suportarem o acréscimo e indicou que esta medida seria discutida na reunião de hoje com os parceiros sociais, nomeadamente sobre se a mesma irá abranger a generalidade das empresas ou apenas alguns segmentos específicos.
Este ano, para compensar as empresas do aumento de 30 euros do salário mínimo, para 665 euros, o Governo avançou com uma solução que passou por devolver aos empregadores uma parte da Taxa Social Única (TSU).
Além da questão do salário mínimo nacional, a ordem de trabalhos da Concertação Social prevê a apresentação do Acordo de Parceria PT2030 e outros assuntos.
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