Hábil negociadora, antiga conselheira de Bill Clinton e integrante do governo de Barack Obama, era uma possibilidade para suceder a Jerome Powell à frente do banco central dos EUA, a quem Biden acabou por confiar um segundo mandato.

Com 59 anos, integra o Conselho de Governadores da Fed desde 2014, quando foi nomeada por Obama, onde é a única democrata desde 2018.

Considerada uma 'pomba' monetária, ou seja, favorável a uma política de estímulo da economia, em oposição aos 'falcões', por vezes tomou posições contra os seus colegas governadores.

"Ela tem sido uma voz forte a favor de uma regulamentação" bancária, elogiou, durante uma entrevista à AFP, Don Kohn, que foi vice-presidente da Fed antes de Lael Brainard ser governadora e trabalha hoje com a Brookings Institution.

Em particular, ela inquietou-se "com os problemas de estabilidade financeira, recusando a inclinação desregulamentadora dos responsáveis (da Fed) nomeados por Trump", realçou.

"Um outro elemento evidenciado nos seus discursos tem sido até que ponto uma economia forte é benéfica e consegue atrair todos os que foram abandonados, os que estão no fim da escala salarial ou que abandonaram o mercado de trabalho", realçou também este antigo vice-presidente da Fed.

Outro tema sobre o qual fala com regularidade, e que o próprio presidente dos EUA destacou hoje, é o dos riscos colocadas pelas alterações climáticas à estabilidade financeira.

Já em novembro de 2020, considerava "vital" avaliar e tratar "corretamente" as consequências.

Não obstante, parte da ala esquerda dos democratas tinha-lhe criticada uma abordagem demasiado suave tanto sobre a rutura climática, como sobre a China, quando foi subsecretária do Tesouro (cargo equivalente a vice-ministra das Finanças na Europa) durante a Presidência de Obama. Na altura, negociou com Pequim sobre as alegadas manipulações do yuan.

Em 2011, durante a crise da dívida na Zona Euro, pressionou a União Europeia para adotar um ambicioso plano de salvamento dos países sobre-endividados.

Filha de diplomata, Lael Brainard nasceu em Hamburgo, na Alemanha, e passou parte da sua infância na Polónia, então integrante do bloco de Leste, dominado pela URSS.

Diplomada por Harvard, foi professora no Massachusets Institute of Technology (MIT).

O seu nome chegou a ser ponderado para secretária do Tesouro, quando Biden chegou á Casa Branca, em janeiro de 2021, mas o cargo acabou por ser entregue a Janet Yellen, ex-presidente da Reserva Federal.

Mãe de três filhas, Lael Brainard está casada com Kurt Campbell, membro do Conselho de Segurança Nacional, onde tem a pasta do Indo-Pacífico, para o qual foi também nomeado por Biden.

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