Na semana passada, o Comité de Política Monetária do Banco Central (Copom), ligado ao Banco Central brasileiro, elevou as taxas básicas de juros no país de 6,25% para 7,75% ao ano, seu maior nível em quatro anos, na tentativa de conter a inflação que já ultrapassa 10% na comparação anual.
A decisão da mais alta autoridade monetária brasileira se baseou na subida dos preços repassados aos consumidores, que tem sido "mais persistente do que se antecipava" anteriormente, segundo a ata da última reunião do Copom hoje divulgada.
"A alta de preços é mais disseminada e inclui também componentes [elementos] mais associados ao núcleo da inflação", destacou o documento.
O Banco Central brasileiro também considerou que a subida dos preços dos bens industriais ainda não cedeu e deve persistir no curto prazo, enquanto a inflação dos serviços se acelerou, em linha com a normalização das atividades do setor após a pandemia de covid-19.
Em setembro, a inflação no Brasil foi de 1,15%, seu maior nível para o mês desde 1994, elevando a taxa anual para 10,25%, a maior taxa em 12 meses registada desde fevereiro de 2016.
O índice acumulado e as projeções do Copom para 2021 já superam o centro da meta estabelecida pelo Governo brasileiro para a inflação em 2021 de 3,75%, com margem de tolerância de um ponto e meio percentual para cima ou para baixo.
O Banco Central brasileiro ressaltou ainda que novas extensões das políticas fiscais em resposta à pandemia podem piorar a trajetória fiscal do Brasil, ao mesmo tempo que reiterou que o processo de reformas e ajustes na economia seria essencial para o crescimento sustentável da economia.
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