Redução esperada de apoios da Fed leva Wall Street a fechar em baixa
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em forte baixa, a caminho do seu pior mês no último ano, devido a uma subida dos rendimentos obrigacionistas, resultante da esperada redução próxima dos apoios da Reserva Federal (Fed) à economia.
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Economia Wall Street
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average abandonou 1,63%, para os 34.299,99 pontos, o tecnológico Nasdaq caiu 2,83%, para as 14.546,68 unidades, e o alargado S&P500 recuou 2,04%, para as 4.352,63.
O rendimento das obrigações do Tesouro a 10 anos estava em 1,54%, no máximo de três meses, acima dos 1,48% da véspera, e depois de terem atingido os 1,56% durante a sessão.
A esperada redução da compra de ativos por parte da Fed, o impasse com Congresso em torno do limite da dívida, a inquietação com a persistência da inflação, ... os operadores bolsistas tinham muitas razões para mais uma sessão volátil em Wall Street.
"Esta liquidação hoje, provocada pelas taxas de juro, lembra qual tem sido o impacto do relançamento monetário da Fed, quando esta sinalizou uma redução rápida das suas medidas de apoio", sublinhou Charlie Ripley, estratega de investimento da Allianz Investment Management.
A Fed, que tem comprado desde o início da crise ligada à pandemia do novo coronavirus 120 mil milhões de dólares por mês obrigações do Tesouro e outros títulos de dívida, deixou entender durante a sua mais recente reunião de política monetária, na semana passada, que ia reduzir em breve este maná de liquidez.
Perante uma comissão do Senado, o presidente da Fed, Jerome Powell, disse hoje que a inflação, provocada designadamente pelos problemas de aprovisionamento industrial depois da pandemia, "era elevada e assim deveria continuar nos próximos meses". Contudo, voltou a prometer que a subida dos preços iria desacelerar.
No seguimento da subida das taxas, o dólar subiu para o seu nível mais alto em 10 meses face às principais divisas.
O impasse no Congresso em torno do limite da dívida pública está a começar a inquietar os investidores, mais a mais depois de a secretária do Tesouro, Janet Yellen, ter avisado, na mesma comissão do Senado, que os EUA ficariam sem recursos para se financiarem em 18 de outubro, se o limite da divida não for elevado.
Yellen preveniu para as consequências "desastrosas" de um incumprimentos dos EUA; algo que seria inédito.
Na frente da macroeconomia, um índice sobre a confiança dos consumidores dececionante aumentou o nervosismo entre os investidores.
A confiança das famílias dos EUA, medida pela Conference Board, voltou a descer em setembro, para o seu nível mais baixo desde fevereiro, sinal das inquietações crescentes com a pandemia, as perspetivas de crescimento e os riscos de inflação.
Os títulos do setor tecnológico foram os que mais perderam, uma vez que a subida da taxa de juro lhes corrói a tesouraria e a sua capacidade de financiar o crescimento e as suas compras de ações.
Assim, a Facebook caiu 3,66%, a Amazon recuou 2,64% e a Alphabet, a 'holding' da Google, desvalorizou 3,76%, para se ficar por alguns dos principais nomes do setor.
Ao contrário, a Ford avançou 1,06%, depois de ter anunciado um investimento de 11,4 mil milhões de dólares, em duas instalações, para construir veículos elétricos.
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