PM indigitado de Marrocos retira-se da gestão do seu grupo empresarial
O empresário Aziz Akhannouch, indigitado chefe do Governo de Marrocos, anunciou hoje que se vai retirar de "toda a gestão" do seu grupo empresarial familiar, numa aparente intenção de evitar novas críticas de conluio entre negócios e política.
© FADEL SENNA/AFP via Getty Images
Economia Aziz Akhannouch
Akhannouch, com uma fortuna avaliada em dois mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros), fez estas declarações enquanto prossegue os contactos para a formação de um novo Governo após a vitória do seu partido União Nacional de Independentes (RNI, liberal) nas eleições legislativas de 08 de setembro, infligindo uma pesada derrota aos islamitas moderados.
Em comunicado, o magnata, considerado próximo do Palácio Real onde se concentra o poder efetivo, indicou "o início de um processo imediato de retirada de toda a gestão na 'holding' familiar para se consagrar inteiramente às novas funções".
Segundo a Forbes, Aziz Akhannouch é o principal acionista do grupo Akwa, um conglomerado fundado por seu pai e um sócio em 1932, com interesses nos hidrocarbonetos e imobiliário.
Ministro da Agricultura desde 2017, não esteve isento de críticas ao ser acusado de constituir um símbolo da promiscuidade entre negócios e política.
O chefe do RNI que garantiu 102 dos 395 lugares no parlamento, iniciou negociações com Abdelatif Ouahbi, secretário-geral do Partido Autenticidade e Modernidade (PAM, liberal), que garantiu a segunda posição com 86 lugares.
"Recebemos sinais positivos do chefe do Governo designado e o diálogo vai prosseguir", precisou Ouahbi em declarações aos 'media'.
As relações entre o RNI e o PAM registaram momentos de tensão durante a campanha eleitoral, com Ouahbi a acusar o PAM de compra de votos e de candidatos.
Primeira força da oposição nos últimos cinco anos, o PAM foi fundado em 2008 por Fouad Ali El Himma, um influente conselheiro real, que abandonou a liderança em 2011.
São ainda aguardadas conversações com outros partidos com representação parlamentar. Logo após a sua indigitação pelo rei Mohammed VI, Akhannouch comprometeu-se em formar uma "maioria coerente e abrangente".
O seu partido liberal afastou do poder dos islamitas legalistas do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (PJD), que controlavam o Executivo há uma década.
A formação islamita apenas garantiu o oitavo lugar com apenas 13 deputados eleitos, longe dos 125 que mantinha no anterior hemiciclo.
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