O ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, disse, esta terça-feira, que o plano de recuperação e resiliência (PRR) inclui um "volante" para ajudar as empresas no acesso ao financiamento e no reforço da capitalização das mesmas.
"As empresas portuguesas têm mais dificuldades" em comparação com as congéneres europeias, disse o ministro, acrescentando, por exemplo, que o "crédito é mais caro". Por este motivo, o "PRR inclui um volante para apoiar precisamente estas matérias: o acesso ao financiamento e o reforço da capitalização das empresas", disse Siza Vieira, numa intervenção durante o evento Recuperação Económica- Medidas de Apoio, na Porto Business School.
O ministro da Economia sublinhou que para reforçar a resiliência da economia é necessário atuar na direção das fragilidades estruturais já identificadas.
"No caso português, reforçar a resiliência da economia significa, ao contrário de outros, um esforço muito grande para atuar sobre aquelas fragilidades estruturais que há muito tempo diagnosticamos nas nossas empresas. Por um lado, problemas que têm a ver com a natureza da sua orientação produtiva, mas por outro lado o problema da dificuldade de acesso das nossas empresas ao financiamento para o investimento produtivo", disse o ministro da Economia.
O ministro lembrou ainda as linhas que têm sido lançadas pelo Banco Português de Fomento, mas salientou que o "Banco de Fomento não dá crédito direto às empresas, mas apoia o setor bancário a fazer chegar crédito a PME, a apoiar o investimento produtivo, a responder a um conjunto de necessidades para as quais o mercado, tipicamente, não operaria sozinha. Ou então faria chegar crédito a um custo mais elevado".
Siza Vieira anunciou ainda que o capital do Banco de Fomento será reforçado: "Quando falamos de um aumento de capital estamos a dizer que vamos reforçar para praticamente o dobro o capital do Banco de Fomento".
Na segunda-feira, recorde-se, o Governo suspendeu a nomeação de Vítor Fernandes para a presidência do Conselho de Administração do Banco do Fomento, para evitar "controvérsia" na instituição, disse o ministro da Economia.
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