Vodacom ameaça interromper interligação com a estatal moçambicana TMcel

A operadora de telefonia móvel Vodacom ameaçou hoje interromper, a partir de quinta-feira, a interligação com a estatal TMcel devido a uma dívida de cerca de 600 milhões de meticais (oito milhões de euros).

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© Pixabay

Lusa
15/06/2021 21:19 ‧ 15/06/2021 por Lusa

Economia

Moçambique

"Após sucessivos incumprimentos por parte da TMcel no desembolso dos valores devidos, a Vodacom interrompe a interligação, de forma a impedir o crescimento da dívida, que se vem acumulando desde o ano de 2018", refere o comunicado da operadora privada.

No total, segundo a Vodacom, a dívida da TMcel totaliza 600 milhões de meticais (oito milhões de euros) e é referente ao contrato de interligação que existe entre as duas operadoras, um acordo que preconiza que as duas operadoras paguem, uma à outra, tarifas de interligação.

"A interrupção afetará os serviços de voz, impedindo que os clientes da TMcel façam chamadas para os clientes da Vodacom. Entretanto, os utilizadores da rede Vodacom continuarão a efetuar chamadas para a TMcel sem interrupção", esclarece a Vodacom, acrescentando que os serviços de mensagens continuarão a funcionar.

Após a divulgação do comunicado, as partes estiveram reunidas na tarde de hoje em Maputo, na presença da entidade reguladora: o Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM).

No final do encontro, a entidade reguladora prometeu que as partes vão encontrar uma solução para evitar a interrupção

"Há um trabalho que vai ser feito para que a Tmcel continue a honrar os seus compromissos comerciais, como sempre o fez. Acreditamos que o entendimento de hoje vai ser definitivo. Os passos subsequentes vão trazer uma solução, também, definitiva para que situações do género não voltem a acontecer", disse Tuaha Mote, diretor-geral do INCM".

Apesar do otimismo da entidade reguladora, na ata da reunião, a que a Lusa teve acesso, a Tmcel propôs pagar 12 milhões de meticais (158 mil euros) mensalmente num prazo de cinco meses, mas a Vodacom não aceitou, exigindo, primeiro, o pagamento de um terço da dívida até sexta-feira.

A falta de consensos levou a entidade reguladora a marcar uma nova reunião para sexta-feira.

Após atravessar uma crise, a operadora estatal TMcel, a primeira em Moçambique, foi uma das empresas restruturadas pelo Governo, no âmbito da revisão da sua carteira de participações adotada nos últimos anos.

A TMcel é resultado da fusão das operadoras de telecomunicações estatais Moçambique Celular (Mcel) e Telecomunicações de Moçambique (TDM), anunciada em 2016, no âmbito da reestruturação do setor público empresarial.

Dados mais recentes do Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique indicavam que a Vodacom tinha a maior quota de mercado de dados móveis, com cerca de seis milhões de clientes, seguida da Movitel, com cerca de quatro milhões, e da estatal TMcel, com pouco mais de três milhões de clientes.

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