Sindicatos acusam Eurest de querer fazer despedimentos sem justificação
A Federação dos Sindicatos da Hotelaria e Turismo (FESAHT) acusou hoje a concessionária de cantinas e refeitórios Eurest de querer despedir 122 trabalhadores sem justificação.
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Economia FESAHT
"Tem um volume de negócios superior a 100 milhões de euros, dá milhões de lucros todos os anos, recebeu e continua a receber apoios do Estado neste período de pandemia. Não há nenhum motivo para recorrer ao despedimento coletivo e os motivos alegados pela empresa não são verdadeiros", sublinhou o dirigente da FESAHT Francisco Figueiredo, que falava à agência Lusa a propósito de uma concentração, ao início da manhã de hoje, frente às instalações da Efacec em Matosinhos, distrito do Porto, uma das empresas onde a Eurest fornece refeições.
"A Eurest não tem responsabilidade social e trata os trabalhadores sem dignidade", comentou o dirigente sindical.
Ao informar os sindicatos da sua intenção de proceder ao despedimento coletivo dos 122 trabalhadores a empresa justificou-se, segundo a federação sindical, com o termo de contratos de concessão de cantinas e refeitórios.
"A empresa alega ter trabalhadores a mais em algumas unidades, mas isso não é verdade. Aliás, até tem trabalhadores a menos, face à crise sanitária e às tarefas acrescidas de higienização e desinfeção", sublinhou o responsável da FESAHT.
Também na versão sindical não colhe um argumento adicional relacionado com o fim de algumas concessões.
"Basta-lhe não concorrer ao prolongamento dessas concessões e outra empresa toma conta", recebendo os trabalhadores.
Francisco Figueiredo afiançou mesmo que, "ainda agora, a Eurest contratou centenas de trabalhadores através de empresas de trabalho temporário para o mercado escolar e outros".
A Eurest é "useira e vezeira em despedimentos" e "tudo tem feito para encerrar o processo à força e, inclusive, recusou fornecer às comissões intersindicais", no dia 20, "informação essencial para aferir os motivos alegados e permitir a apresentação e propostas alternativas tendo em vista a minimização dos efeitos do despedimento", disse.
"Esse incumprimento de um formalismo essencial pode tornar ilícito o processo", avisou.
A ação de hoje em Matosinhos enquadra-se num conjunto mais vasto de iniciativas que incluiu uma greve em 05 de novembro.
A agência Lusa já pediu esclarecimentos à empresa, aguardando uma resposta.
Empresa do grupo inglês Compass, a Eurest opera em Portugal desde 1974 explorando cantinas, refeitórios, bares áreas de serviço, cafetarias e outros serviços conexos.
A empresa diz servir em Portugal 28 milhões de refeições por ano, com a colaboração de mais de três mil colaboradores.
Leia Também: Trabalhadores da Eurest em greve dia 5 de novembro contra despedimentos
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