UE quer que sejam levados à justiça responsáveis por violência na Nigéria
A União Europeia (UE) apelou hoje à Nigéria, durante a sétima reunião ministerial com o país africano, para que os responsáveis pela violência nas manifestações em outubro sejam levados à justiça.
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Numa declaração conjunta emitida hoje, as duas partes reconheceram a importância da criação de organismos independentes para investigar a "brutalidade policial ou execuções extrajudiciais para que se faça justiça" pelas vítimas da agora desmantelada Brigada Especial Anti-Roubo (SARS), da polícia nigeriana.
Os protestos ocorreram no contexto da campanha #EndSARS que visa o desmantelamento da SARS, acusada de abusos e brutalidade policial, e irromperam no início de outubro, após ter sido divulgado um vídeo que mostrava um homem a ser espancado, aparentemente por agentes desta brigada.
Embora os protestos tenham sido na sua grande maioria pacíficos, pelo menos 56 pessoas morreram em todo o país desde o seu início, segundo a Amnistia Internacional, que acusou as forças de segurança de usarem uma violência desnecessária.
De acordo com a polícia nigeriana, 22 agentes morreram durante os protestos.
Da mesma forma, no final da reunião, realizada por videoconferência, UE e Nigéria expressaram a necessidade de estabilizar a região, demonstrando apoio ao trabalho da União Africana no Lago Chade, concluindo que devem ser tomadas para garantir a segurança marítima no Golfo da Guiné.
"A pobreza e a desigualdade continuam a ser os maiores obstáculos ao desenvolvimento sustentável e à realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", refere a declaração conjunta, citada pela agência noticiosa Efe, acrescentando que "o sucesso ou fracasso da Nigéria na luta contra a pobreza extrema será vital para África".
Nesse sentido, as duas partes salientaram a importância da inclusão dos jovens na vida económica e política, bem como o seu "interesse comum em trabalhar em conjunto para abordar aspetos de mobilidade e migração".
UE e Nigéria pretendem trabalhar em conjunto para travar "a imigração ilegal" através de uma maior cooperação na gestão das fronteiras e para combater os traficantes, promovendo, simultaneamente, canais para a migração legal.
As duas partes concordaram também na necessidade de uma reforma da Organização Mundial do Comércio, com a UE a reiterar o apoio ao antigo ministro das Finanças da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala.
A UE apoiou também a assinatura, pela Nigéria, do Acordo de Comércio Livre do Continente Africano (AfCFTA, na sigla em inglês), salientando a importância da integração económica, quer regional, quer continental.
De olhos postos na recuperação económica pós-covid-19, a Nigéria solicitou também a abertura de um gabinete do Banco Europeu de Investimento (BEI) no seu país, que se mostrou disposto a "aumentar as suas atividades" e a fornecer "empréstimos com condições altamente favoráveis".
Durante a reunião foi também discutida a luta contra as alterações climáticas e o Acordo de Paris.
A Nigéria disse estar empenhada em reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa em até 45% até 2030.
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