O presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, disse esta terça-feira que o Novo Banco "herdou" uma carteira de ativos imobiliários que era "má, velha e ilegal". Ramalho está a ser ouvido no Parlamento para dar explicações sobre a gestão do banco, uma semana depois da auditoria à entidade que resultou da resolução do BES ter sido divulgada.
O presidente executivo da instituição começou por explicar que a administração do Novo Banco esteve em "silêncio" até ao momento em que foi divulgada a auditoria, mas agora mostra-se disponível para responder às questões dos deputados "as vezes que forem precisas".
"O banco tinha uma carteira que herdou de ativos imobiliários que era má, era velha e era ilegal", disse Ramalho, em resposta às questões colocadas pelo grupo parlamentar do Partido Socialista (PS).
Esta audição foi aprovada em julho, na Comissão de Orçamento e Finanças, depois de requerimentos dos grupos parlamentares do PS, PAN e Iniciativa Liberal, na sequência de polémicas sobre vendas de carteiras de ativos (crédito malparado e imóveis) e eventuais novas injeções de capital do Fundo de Resolução no banco.
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António Ramalho também deverá ser questionado pelos deputados sobre os resultados da auditoria da Deloitte ao Novo Banco. Segundo o relatório da auditoria, quase 50% das perdas com créditos acumuladas entre agosto de 2014 e fim de 2018 foram registadas no último trimestre de 2017 e em 2018 (1.144,5 milhões de euros), já com o Novo Banco detido maioritariamente pelo fundo de investimento norte-americano Lone Star.