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Banco Africano vai ter papel relevantíssimo na recuperação

A secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação considerou hoje à Lusa que o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) vai ter um "papel relevantíssimo" na recuperação económica do continente a seguir à pandemia da covid-19.

Banco Africano vai ter papel relevantíssimo na recuperação
Notícias ao Minuto

07:00 - 28/08/20 por Lusa

Economia BAD

"O BAD vai ter um papel relevantíssimo na recuperação de África, que está numa situação muito difícil, os países africanos foram durissimamente atingidos pela pandemia, sofreram com o agravamento das suas dívidas e sofreram com o enfraquecimento das suas economias, para além das debilidades que conhecemos e que são notórias, em particular no campo da saúde", disse Teresa Ribeiro.

Em entrevista à Lusa no final dos Encontros Anuais do BAD, onde representou Portugal, a secretária de Estado disse que "o banco vai ter de olhar para todos estes desafios e trazer uma resposta trabalhada com os governos dos países africanos e, ao mesmo tempo, manter a sustentabilidade financeira que lhe permita manter o rating AAA [o mais elevado], o que é um caminho muito exigente para uma instituição como o Banco Africano".

Questionada sobre o impacto da contestação de alguns membros não regionais, como os Estados Unidos ou o Reino Unido, à liderança de Akinwumi Adesina, Teresa Ribeiro lembrou a votação unânime na sua reeleição e considerou que o nigeriano sai muito confortável da eleição.

"Adesina sai com uma posição reforçadíssima para os próximos cinco anos, porque esta vitória com uma dupla maioria e com este nível de adesão de 100% reforça e legitima completamente a sua reeleição, sem dúvida nenhuma", disse a governante, acrescentando que é preciso uma liderança forte para os desafios que África enfrenta.

"A expetativa de todos os que votaram é que uma liderança estratégica e forte é absolutamente indispensável para responder aos desafios que o BAD vai ter de enfrentar nos próximos anos, e desse ponto de vista é importante que o presidente tenha tido uma votação expressiva, que lhe dá legitimidade para atuar e que, por outro lado, não deixa nenhuma dúvida quanto à sua capacidade estratégica, e é essa a visão que os acionistas mostraram quando colocaram o seu voto numa votação de 100%, afirmou.

Questionada sobre o posicionamento de Portugal no processo de contestação ao presidente, Teresa Ribeiro disse que manteve uma posição de prudência que garantisse a presunção de inocência e, ao mesmo tempo, a necessidade de mais investigações.

"Portugal foi sempre muito prudente, querendo sempre, por um lado, que se respeitasse o princípio da presunção de inocência, mas que, por outro lado, não se deixasse de proceder a averiguações que eram necessárias para que não restassem dúvidas de que o banco se rege por critérios de transparência e ética corporativa que devem ser os de uma instituição como é o BAD", explicou.

Questionada especificamente sobre se Portugal alinhou com os países africanos, que sempre defenderam o Presidente e consideraram não haver mais nada a investigar depois de o comité de ética ter ilibado Adesina das acusações de um conjunto de funcionários anónimos, ou se defendeu a necessidade de essas conclusões serem validadas numa segunda instância, Teresa Ribeiro disse que Portugal defendeu o apuramento de responsabilidades.

"O que dissemos foi que o que houver a ser investigado deve ser investigado, e tudo o que contribuir para a transparência do processo é bem-vindo, porque precisamos de um BAD forte, com uma liderança forte, e por isso a posição de Portugal foi a de contribuir para que não restassem dúvidas quanto às condições que o presidente Adesina tem para exercer o seu cargo", afirmou, concluindo que "o relatório de Mary Robinson [que confirmou a 'absolvição'] acabou por sufragar a posição do conjunto dos países africanos, os acionistas regionais, que sempre defenderam o presidente".

Adesina foi alvo de acusações feitas por um conjunto anónimo de funcionários sobre favorecimento de familiares e atribuição de contactos. A decisão da comissão de ética do banco, que ilibou o presidente da instituição, foi criticada pelos Estados Unidos, a que se juntaram depois outros membros não regionais.

A comissão nomeou então um grupo de trabalho, do qual fazia parte a antiga Presidente da Irlanda Mary Robinson, para validar as conclusões da investigação, tendo o grupo concluído que Adesina devia ser absolvido de todas as acusações feitas pelo grupo anónimo de funcionários e que o comité de ética analisou de forma isenta o caso.

Os governadores do BAD defenderam o fortalecimento das práticas de governação desta entidade financeira, autorizando a criação de um grupo de trabalho para rever o enquadramento dado às denúncias anónimas.

"Apelamos ao Grupo [do BAD] para fortalecer a governação interna, cumprimento das regras, funções de controlo e responsabilização, para se alinhar com as melhores práticas das instituições comparáveis", lê-se no comunicado final de 16 pontos assinado pelos representantes dos 81 países e instituições que são acionistas do banco.

No texto, divulgado no final das reuniões de hoje e quarta-feira que marcaram os Encontros Anuais do banco, defende-se ainda a criação de um grupo com o específico objetivo de rever a regulamentação aplicada às denúncias anónimas.

Os próximos Encontros Anuais do BAD serão realizados em Acra, a capital do Gana.

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