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Adiamento de decisão do FMI sobre Angola vai agravar questões de liquidez

O adiamento da decisão do FMI sobre o reforço do empréstimo a Angola vai agravar os problemas de liquidez do Tesouro e pressionar as divisas que se encontram ao nível mais baixo de 2020, segundo uma nota do BFA.

Adiamento de decisão do FMI sobre Angola vai agravar questões de liquidez
Notícias ao Minuto

19:09 - 31/07/20 por Lusa

Economia BFA

Segundo a Bloomberg, o Fundo Monetário Internacional (FMI) decidiu adiar a terceira avaliação do Programa de Financiamento Ampliado, pelo menos até à segunda quinzena de agosto, um adiamento "bastante prejudicial", refere uma nota do Gabinete de Estudos Económicos do Banco de Fomento Angola, a que a Lusa teve acesso.

"Trata-se de um adiamento bastante prejudicial para o país, já que o desbloqueamento desta avaliação poderia trazer cerca de 800 milhões de dólares em financiamento orçamental (incluindo 350 milhões decorrentes de um alargamento do empréstimo), e em moeda estrangeira, providenciando também divisas ao país", sublinha-se no documento.

Em causa deverão estar questões relativas aos acordos de moratórias de dívida com credores, adianta a mesma nota.

Angola já chegou a acordo com um dos seus credores e tem prevista a adesão à iniciativa de suspensão de pagamentos da dívida bilateral a membros do G20, mas tem ainda negociações em curso com outros dois credores, segundo a ministra das Finanças.

"A decisão do FMI poderá condicionar a decisão de outras agências multilaterais, como o Banco Mundial, que também se espera vir a desembolsar um apoio orçamental este ano (o montante previsto era de 500 milhões de dólares, que poderá também ser alargado)", estimam os analistas do BFA.

Segundo a nota informativa, o atraso deste apoio orçamental agrava, por isso, as questões de liquidez do Tesouro.

Além disso, o atraso na entrada de moeda estrangeira "impede o alívio de alguma pressão existente para depreciação no mercado cambial", numa altura em que as divisas provenientes das receitas petrolíferas estarão ao nível mais baixo de 2020.

A Bloomberg noticiou que a reunião, que estava marcada para quinta-feira, terá lugar assim que o conselho executivo regressar das suas férias, na segunda metade de agosto, um adiamento que permite FMI "mais tempo para trabalhar com as autoridades" de Angola.

Durante esta semana, o secretário de Estado das Finanças de Angola, Osvaldo João, apontou que o país tem "uma folga" de cerca de 800 milhões de dólares (680 milhões de euros, ao câmbio atual) no plano do FMI.

"Durante a aprovação do programa, em 2018, nós apenas obtivemos o financiamento de 3,7 mil milhões de dólares [3,15 mil milhões de euros, ao câmbio atual]. Isso significa que os desembolsos que estavam a ser feitos até à segunda avaliação, tiveram em conta um 'plafond' total de 3,7 mil milhões de dólares, o que significa que nós temos uma folga de cerca de 800 milhões de dólares a que nós podemos aceder sempre que quisermos", disse Osvaldo João, durante um almoço-conferência realizado no dia 27 de julho.

O OGE 2020 revisto, estimado em 13,4 biliões de kwanzas (20,3 mil milhões de euros), prevê um défice de 4% aos 15 biliões de kwanzas (22,6 mil milhões de euros) da anterior proposta e com um preço médio do barril de petróleo de 33 dólares (30 euros).

A primeira versão tinha sido elaborada com base no preço médio do barril de petróleo de 55 dólares, uma produção média diária de um 1.436.900 barris e uma taxa de inflação de 25 por cento.

Devido à pandemia de covid-19, verificou-se uma redução do preço do barril de petróleo, o que levou a que os Estados-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros reduzissem a produção, de modo a equilibrarem o preço do barril de petróleo.

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