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Lucro da Jerónimo Martins cai 36,2% para 104 milhões no 1.º semestre

O lucro da Jerónimo Martins caiu 36,2% no primeiro semestre, face a igual período de 2019, para 104 milhões de euros, anunciou hoje a dona da cadeia de supermercados Pingo Doce.

Lucro da Jerónimo Martins cai 36,2% para 104 milhões no 1.º semestre
Notícias ao Minuto

18:23 - 29/07/20 por Lusa

Economia Resultados

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo refere que as vendas subiram 4,6% para 9.317 milhões de euros, impulsionadas pela cadeia polaca Biedronka.

"O forte desempenho da Biedronka mais do que compensou a queda de vendas em Portugal e a pressão da desvalorização do zloty e do peso colombiano", lê-se no comunicado.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) recuou 4,9% para 635 milhões de euros, sendo que este desempenho "foi negativamente impactado pela desalavancagem operacional dos negócios que registaram, no segundo trimestre, uma pressão sobre o desempenho das vendas".

A Jerónimo Martins refere que, ao longo de seis meses, "os custos diretos, com impacto no EBITDA, incorridos pelas insígnias no contexto da pandemia estimam-se em cerca de 29 milhões de euros".

No primeiro semestre, as vendas da Biedronka cresceram 7,8% para 6.536 milhões de euros, dos quais 3,3 mil milhões de euros foram realizados no segundo trimestre (+3,4% do que no período homólogo de 2019).

"No período dos seis meses, a Biedronka abriu 34 novas localizações (29 adições líquidas) e procedeu a 71 remodelações", refere o grupo.

"Embora os trabalhos de início de construção de novas lojas tenham estado suspensos no início da crise pandémica, a Biedronka finalizou todos os projetos que já havia iniciado e começou, a partir do final de maio, a fazer avançar os projetos em carteira", acrescenta.

Biedronka registou um EBITDA de 589 milhões de euros, mais 5,1% do que no período homólogo.

Ainda na Polónia, a cadeia de saúde e bem-estar Hebe registou uma quebra de 1,7% das vendas para 115 milhões de euros, "muito impactada pelo desempenho no segundo trimestre que fica marcado por uma queda das vendas de 16,6%".

Em junho a situação melhorou "à medida que os centros comerciais e as principais avenidas recuperam algum tráfego", refere a Jerónimo Martins.

"A Hebe tem vindo a afirmar-se cada vez mais como uma operadora reconhecida no mercado da beleza e, neste contexto estratégico, a área de farmácia tem perdido relevância. Assim, a companhia tomou a decisão de encerrar 48 estabelecimentos que operam exclusivamente como farmácias (dos quais 20 estão inseridos dentro de lojas Hebe) e cujo peso nas suas vendas totais foi, em 2019, de cerca de 10%", adianta.

EBITDA da Hebe cifrou-se em quatro milhões de euros, em linha com o registado em igual período de 2019.

Em Portugal, as vendas dos supermercados Pingo Doce, "que esteve particularmente exposto aos limites impostos ao número de clientes dentro das lojas" devido à pandemia de covid-19, recuaram no semestre 2,9% para 1.838 milhões de euros, com um LFL ['like-for-like', ou seja, vendas em lojas que operaram sob as mesmas condições no período em análise], excluindo combustível, de -2,8%.

"Este desempenho traduz o forte impacto do segundo trimestre, no qual as vendas caíram 8,8% e o LFL (excluindo combustível) recuou 8,5%. Importa relembrar que o LFL (excluindo combustível) de abril foi particularmente penalizador, ao situar-se em cerca de -16%", lê-se no comunicado.

No semestre, o Pingo Doce abriu três novas localizações e realizou seis remodelações.

O Pingo Doce registou um EBITDA de 94 milhões de euros, 21,0% abaixo do registado nos primeiros seis meses de 2019, e o Recheio atingiu um EBITDA de 13 milhões de euros, menos 53,1% que um ano antes.

Já as vendas do Recheio caíram 14,4% para 400 milhões de euros, o LFL a recuar 14,5%. No segundo trimestre, a quebra das vendas foi de 26,7% e o LFL recuou 26,9%, "refletindo o facto do canal HoReCa [Hotéis, Restaurantes e Cafés] - que representa cerca de 35% das vendas do Recheio - ter estado encerrado até 17 de maio".

No mês passado, "a tendência negativa aligeirou-se, em face de uma abertura muito progressiva das atividades de restauração e hotelaria no país, sendo que, no caso dos hotéis, as reaberturas verificaram-se maioritariamente já no segundo semestre".

Na Colômbia, "o ano iniciou-se com um enquadramento económico favorável, tendo a atividade, a partir de abril, sido impactada de forma muito significativa pelas medidas de confinamento implementadas no contexto da situação de pandemia. Essas medidas mantiveram-se em vigor ao longo de todo o trimestre, prolongando-se também para o mês de julho", continua o grupo.

A Ara, cadeia de supermercados colombiana, aumentou as vendas, em moeda local, em 33,4%, incluindo um LFL de 16,6%.

"Em euros, as vendas cresceram 18,8% para 423 milhões de euros" e, "apesar da envolvente difícil, no segundo trimestre as vendas em moeda local cresceram 16,7% (+0,5% em euros), com um LFL de 1,1%. A insígnia foi fortemente penalizada por uma redução obrigatória de cerca de 30% das horas de vendas devido às medidas de confinamento em vigor", refere.

No semestre, o grupo abriu na Colômbia 23 lojas (15 adições líquidas).

A Ara registou uma redução das perdas EBITDA de 20 milhões de euros no primeiro semestre de 2019 para 19 milhões de euros este ano, "também refletindo a desvalorização do peso colombiano".

No semestre, os custos financeiros líquidos aumentaram de 78 milhões de euros (2019) para 96 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, os quais incluem "incluem o reconhecimento de perdas de conversão cambial no montante de 14 milhões de euros, relativas a ajustes de valor na capitalização de locações operacionais1 na Polónia denominados em euros".

"As outras perdas e ganhos foram de -20 milhões de euros, traduzindo custos de reestruturação, 'write-offs' relativos a encerramento de lojas da Ara e das farmácias da Hebe e reforço, no contexto da pandemia, de provisões para valores a receber e para depreciação de 'stocks'", adianta.

O investimento foi de 142 milhões de euros, com a Polónia a absorver cerca de 43% deste montante.

O 'cash flow' [fluxo de caixa] gerado no período "foi de -118 milhões de euros, influenciado principalmente por um efeito de calendário".

"Em todas as companhias do grupo registou-se um aumento dos custos operacionais relativos à introdução de novos e mais frequentes procedimentos de limpeza das lojas e dos centros de distribuição, bem como de equipamentos de protecção individual de uso diário para as nossas equipas. A estes custos acresceu o reforço de provisões para valores a receber e para depreciação de 'stocks', contabilizados ao nível das outras perdas e ganhos, cujo risco de não realização aumentou substancialmente devido à pandemia. No período dos seis meses a conjugação de todos estes valores estima-se em cerca de 32 milhões de euros", refere o grupo.

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